quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Americana é suspeita de matar filhos enforcados no porão

Lisa Snyder alega que as crianças cometeram suicídio (Foto: Bill Uhrich/Reading Eagle via AP)

A americana Lisa Snyder, de 36 anos, foi presa e acusada na segunda-feira (2) de assassinar dois de seus filhos por enforcamento no porão da casa da família em Albany Township (Pensilvânia). No dia 23 de setembro, ela ligou para a polícia dizendo que Conner Snyder, de 8 anos, e Brinley Snyder, de 4, haviam cometido suicídio – versão que ela sustenta mesmo após a prisão e acusação formal.

Lisa disse às autoridades que o mais velho sofria bullying na escola e tinha tendências suicidas, de acordo com o jornal The New York Times. A mãe afirmou aos investigadores que Conner já havia dito repetidamente que queria morrer. Na semana anterior ao crime, o garoto teria dito a ela que "já teria me matado, mas tenho medo de ir sozinho"


Uma autópsia divulgada no dia 30 de setembro já comprovou que a morte das crianças foi homicídio e não suicídio, mas outras evidências encontradas pela investigação também contradizem a versão da mãe. Os policiais conversaram com o filho mais velho de Snyder, de 17 anos, assim como outros membros da família, funcionários da escola e colegas de classe das crianças.
Eles negaram que o Conner fosse uma criança infeliz ou deprimida. Foram analisadas também filmagens da câmera de segurança do ônibus que o menino pegou para ir à escola no dia do crime. Ele parecia uma "criança feliz" sem sinais de angústia, afirma a promotoria.
No dia 23 de setembro, os socorristas encontraram as duas crianças penduradas inconscientes com um cabo de aço enrolado no pescoço. Elas chegaram a ser reanimadas, mas morreram três dias depois. Outra prova contra a história da mãe é o fato de que Conner tinha uma deficiência motora que torna quase impossível o suicídio por enforcamento.
Lisa Snyder diz que comprou o cabo de aço que pesava cerca de 113 kg para usar como coleira para seu cachorro, que pesa aproximadamente 22 kg. O objeto foi comprado horas antes da morte das crianças. Uma terapeuta ocupacional que trabalha na escola de Conner contou aos investigadores que o menino tinha dificuldade de coordenar os olhos e as mãos, e de juntar o dedo e o polegar em um movimento de pinça. Essa deficiência dificultava tarefas cotidianas, como amarrar os sapatos. À polícia, a terapeuta ocupacional disse que o menino teria tido "extrema dificuldade em mexer no fecho" da coleira.
Uma amiga da mãe disse que, nas três semanas anteriores ao crime, Lisa Snyder lhe disse que estava se sentindo deprimida, que não conseguia sair da cama ou se importar com os filhos.