sexta-feira, 19 de abril de 2019

Justiça nega pedido do MP para vender objetos de luxo apreendidos de Beto Richa

Justiça negou o pedido feito pelo Ministério Público do Paraná para vender objetos de luxo apreendidos com o ex-governador Beto Richa — Foto: J.F.Diorio/Estadão Conteúdo

A Justiça negou, nesta quarta-feira (17), o pedido feito pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) para vender objetos de luxo do ex-governador Beto Richa que foram apreendidos na data da prisão dele pela Operação Quadro Negro.

O pedido de alienação antecipada dos objetos foi proferido pelo juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba.

"Embora o decurso do tempo possa causar certo desgaste em objetos pessoais, a natureza dos bens apreendidos (canetas, relógios, óculos, etc.) não apresenta característica de degradação significativa a ponto de justificar uma medida de natureza urgente", considerou o juiz.

Beto Richa é réu em três processos da Operação Quadro Negro, que investiga desvios de mais de R$ 20 milhões de obras de construção e reformas de escolas estaduais do Paraná.

Ainda na decisão, a Justiça concedeu a restituição dos cintos e óculos de sol do ex-governador, apreendidos na ação, por considerar que são "bens pessoais de valor menos elevado".

Na data da terceira prisão de Beto Richa, foram apreendidos óculos de sol, abotoaduras, canetas, relógios, prendedor de gravatas, cinto, correntes, pulseira, anel pertencentes ao ex-governador.

Pedidos

O MP-PR solicitou, no dia 10 de abril, que os objetos apreendidos fossem avaliados e leiloados para evitar "depreciação econômica" dos bens, além de garantir "ressarcimento" aos cofres públicos.

À época do pedido do Ministério Público, a defesa de Beto Richa afirmou que o pedido descumpre a legislação e ressaltou que os bens apreendidos são pessoais e que "revela a intenção dos signatários em atingir pessoalmente o ex-governador, privando-o de bens seus pessoais, muitos dotados de valor sentimental, sem que ele nem sequer tenha se defendido no processo".

Ressaltou ainda que “tais bens não [foram] adquiridos com valores oriundos das práticas ilícitas”.

A defesa pediu à Justiça, em 15 de abril, que os objetos sejam devolvidos ao ex-governador.

Veja, abaixo, quais objetos foram apreendidos no closet de Richa:

12 óculos de sol de marcas como Prada, Dolce & Gabbana, Ray Ban, Dior, e Mormaii;


14 pares de abotoaduras de marcas como Mont Blanc, Bvlgari e um prendedor de gravatas;

21 canetas de marcas como Crown, Mont Blanc, Harley Davidson, Porsche, Cartier, Waterman e Parker;

6 relógios de marcas como Cartier, Carrera, Richard Mille, e Zodiac;

1 cinto da marca Mont Blanc;

Joias: três correntes, uma pulseira e um anel de marcas não identificadas pela polícia.