domingo, 14 de abril de 2019

'Incidente lamentável', diz Moro sobre morte após 80 tiros

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, chega para visitar a 12ª LAAD Defence & Security, a mais importante feira de defesa e segurança da América Latina, realizada de 2 a 5 de abril no Riocentro, na capital fluminense, nesta terça-feira, de abril de 2019.

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, classificou nesta sexta-feira como um "incidente lamentável" a morte do músico Evaldo Rosa dos Santos, na tarde do domingo, 7,quando o carro da família foi metralhado por 80 tiros disparados por militares do Exército no Rio. Moro não quis comentar a declaração do presidente Jair Bolsonaro que, nesta sexta, depois de seis dias de silêncio, disse que o Exército "não matou ninguém" e que a instituição não pode ser acusada de ser "assassina".

"Não comento declarações do presidente. Já me pronunciei sobre aquele fato. O que é importante ali é que o Exército está fazendo as apurações necessárias, inclusive os responsáveis estão presos", afirmou o ministro. Questionado sobre a palavra "incidente", escolhida pelo presidente para se referir à morte do músico, Moro afirmou que "é uma questão de terminologia". "É uma questão de terminologia, um fato, um incidente, evidentemente lamentável. O que importa é que as instituições extraiam as consequências como o Exército vem fazendo", disse o ministro da Justiça, em Washington.

No último domingo, dez militares dispararam contra um veículo em Guadalupe, na zona norte do Rio, que supostamente foi confundido com um automóvel em que estariam criminosos. No carro estavam o músico e sua família. Evaldo morreu no local e duas pessoas ficaram feridas. Nove militares foram presos.

Segundo Moro, o caso pode sair da competência da Justiça Militar e passar para a Justiça comum, se esse for o entendimento do Judiciário. "As apurações iniciais estão sendo feitas pelos órgãos de investigação militares porque o fato envolveu militares. Se eventualmente, no futuro, a justiça decidir, - e aí é decisão da Justiça e não do governo - que a competência é da justiça comum, não tem problema. Mas eles estão fazendo as averiguações através da justiça militar e aparentemente estão fazendo um bom trabalho", afirmou o ministro.