quinta-feira, 18 de abril de 2019

Ex-deputado Valdir Rossoni vira réu por improbidade administrativa na Operação Quadro Negro

Valdir Rossoni foi secretário da Casa Civil do Paraná e deputado estadual e federal — Foto: Reprodução/RPC

O ex-deputado estadual e federal Valdir Rossoni (PSDB) virou réu por improbidade administrativa em uma ação civil pública ligada a Operação Quadro Negro, que investiga desvios de mais de R$ 20 milhões em obras de escolas públicas.
A denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR) foi aceita pelo juiz Luis Mauro Lindenmeyer Eche, da Comarca de União da Vitória. A decisão da Justiça é do dia 9 de abril.
De acordo com o MP, Rossoni foi o beneficiário de propina de sete licitações realizadas no município de Bituruna, na região sul do Paraná. Segundo a denúncia, o filho do ex-deputado era prefeito da cidade na época das licitações.
A defesa de Valdir Rossoni informou que o ex-deputado não recebeu qualquer forma de propina e que tem a "plena certeza" de que a decisão será reformada (veja abaixo a posição da defesa).
A denúncia aceita pela Justiça se baseia na delação do empresário Eduardo Lopes de Souza, proprietário da construtora Valor, responsável pelas obras.
Segundo o Ministério Público, Eduardo Lopes de Souza negociava propinas com um assessor especial de Rossoni quando o tucano era presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
Em delação, o proprietário da construtora Valor afirmou que "alguns pagamentos eram utilizados para pagar despesas pessoais de Valdir Luiz Rossoni, como, por exemplo, o piloto do avião particular do então deputado. Afora isso, que vários pagamentos eram realizados na própria Assembleia Legislativa no gabinete dos assessores de Valdir Rossoni".
De acordo com a denúncia, a construtora Valor não preenchia os requisitos técnicos necessários para vencer a licitação das obras e o leilão foi direcionado para a empresa.
A denúncia do MP afirma que a Valor pagou a Rossoni, por meio do assessor, mais de R$ 689 mil. O Ministério Público afirma também que a empresa não teve concorrentes em nenhuma das sete licitações, e ofereceu propostas com o valor máximo estabelecido em edital.