quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Guardas municipais de Londrina são afastados por suspeita de desvio de dinheiro após apreensão

Mais de R$ 850 mil em dinheiro foram apreendidos pela Guarda Municipal de Londrina em 13 de novembro — Foto: Guarda Municipal de Londrina/Divulgação

Quinze guardas municipais de Londrina, no norte do Paraná, foram afastados nesta quinta-feira (20) por suspeita de desvio de dinheiro após uma apreensão de mais de R$ 850 mil em dinheiro. A Polícia Civil acredita que o valor era bem maior que o apresentado e que a diferença foi dividida entre os agentes.

Na manhã desta quinta, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão nas casas de guardas. Foram apreendidos telefones celulares e dinheiro. A Polícia Civil chegou a pedir a prisão temporária dos agentes, mas não teve autorização da Justiça.

“Houve o entendimento dos delegados de polícia da necessidade da decretação de prisões temporárias, mas foi negado por parte do Poder Judiciário. Foram autorizadas somente buscas nas residências desses guardas municipais”, explicou o delegado-chefe de Londrina, Osmir Ferreira Neves Júnior.

Ao todo, 15 guardas municipais participaram da ação e são investigados. Um deles disse à polícia que não participou do rateio.

Se o desvio for comprovado, os agentes envolvidos podem responder pelo crime de peculato, que é desvio de dinheiro feito por funcionário público.

As investigações

Segundo o delegado-chefe, após a apresentação dos R$ 857.670 pela Guarda Municipal (GM), no plantão da Polícia Civil, em 13 de novembro, surgiram indícios de que o valor apreendido era bem maior, ultrapassando R$ 1,5 milhão, e que um grupo de guardas teria ficado com a diferença.

"Nós temos provas de que houve esse desvio de valores e que houve um falseamente da realidade daquilo que foi apresentado ao plantão policial. Agora estamos apurando a extensão desse desvio e também o número de guardas que estariam envolvidos", detalhou Neves Júnior.

O secretário de Defesa Social, Evaristo Kuceki, informou que inicialmente, um guarda se arrependeu e procurou a direção da corporação.

“Teve um guarda que nos procurou, usou o instituto do arrependimento eficaz. Nós imediatamente o trouxemos aqui até a Polícia Civil e foi reduzido a termo as declarações dele”, afirmou.