domingo, 23 de dezembro de 2018

Vereador afastado Rony Alves é preso por suspeita de ameaça a testemunha da Operação ZR3

Rony Alves (PTB) foi preso neste sábado (22) por suspeita de ameaçar uma testemunha da Operação ZR3 — Foto: Reprodução/RPC

Rony Alves (PTB), vereador afastado de Londrina, no norte do Paraná, foi preso neste sábado (22) por suspeita de ameaça a uma testemunha da Operação Zona Residencial 3 (ZR3), que apura um esquema de cobrança de propina para mudanças de zoneamento na cidade.

A prisão preventiva foi determinada pela juíza de plantão, Claudia Andrea Bertolla, na sexta-feira (21), depois de um pedido feito pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

Alves, que estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, foi preso na casa dele, por volta do meio-dia. Ele foi encaminhado para o Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (CIAC), segundo o Gaeco.

O advogado Maurício Carneiro, responsável pela defesa de Rony Alves, disse que não vai se manifestar no momento porque ainda não teve acesso à decisão que levou à prisão do vereador afastado.

O pedido do Gaeco

De acordo com o pedido do Gaeco, em 7 de dezembro, Junior Zampar, a principal testemunha sobre o esquema de corrupção, foi abordado por Alves quando saía de uma agência bancária da cidade e seguia para o estacionamento.

Segundo relato de Zampar, o vereador afastado fez ameaças em relação aos depoimentos e o papel dela nas investigações.

Foram anexados ao documento imagens de câmeras de segurança da agência que, segundo o Gaeco, mostram Alves caminhando ao lado e atrás da testemunha. Além disso, o relatório de geolocalização da tornozeleira usada pelo vereador afastado comprovou que ele esteve na agência bancária no dia e horário indicados por Zampar.

Para promotores Jorge Fernando Barreto da Costa e Leandro Antunes Meirelles Machado, que assinam o pedido, Alves descumpriu as medidas cautelares às quais estava submetido ao cometer o crime de coação de testemunha no curso do processo, que é usar de violência ou grave ameaça para favorecimento próprio em processo judicial.

“O requerido está reiterando na prática de ilícito criminal doloso, em cristalina afronta à decisão que lhe determinou o cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão”, diz o pedido.

O Gaeco entendeu que a prisão preventiva seria uma forma de garantir a ordem pública.

“Uma vez que foram trazidos elementos contundentes de que o requerido está perseguindo, coagindo e ameaçando uma das figuras fundamentais do processo, o que revela a sua periculosidade concreta, visto que mesmo sendo processado pela prática de crimes graves não deixou de delinquir”, diz outro trecho do documento.