quarta-feira, 15 de março de 2023

MP denuncia deputado Ricardo Arruda por associação criminosa e outros crimes


 















O Ministério Público do Paraná (MPPR) ofereceu denúncia contra o deputado estadual Ricardo Arruda (PL) por associação criminosa, tráfico de influência e desvio de dinheiro público. Embora a Procuradoria tenha denunciado o parlamentar em 2020, o sigilo processual foi derrubado no início deste ano. As informações são da Banda B. Segundo a rádio, a defesa do deputado disse que a denúncia é “infundada, descabida e ilegal”.

As acusações contra Arruda constam em processo que tramita no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, sob relatoria do desembargador Domingos Thadeu Ribeiro da Fonseca, o qual ainda deve decidir se aceitará ou não a denúncia. As informações foram reveladas pelo Blog Politicamente.

Segundo o documento ao qual a Banda B teve acesso, Ricardo Arruda e três assessores “associaram-se, de forma voluntária e consciente, e com o propósito específico de cometerem crimes, em especial o de tráfico de influência”. Entre as argumentações do MP, há a informação de que Arruda e os assessores “angariavam pessoas que almejavam algum benefício junto à Administração Pública Estadual ou mesmo junto ao Poder Judiciário Paranaense, prometendo a elas influência do deputado estadual em troca de altas quantias em dinheiro”.

Ainda, a Promotoria afirma que, em meados de outubro de 2016, o deputado bolsonarista solicitou e obteve para si, nas dependências da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), uma quantia em dinheiro de um empresário, “a pretexto de influir junto ao Governo do Estado do Paraná para que o Estado efetuasse os pagamentos recorrentes dos serviços prestados pela referida empresa e que estavam pendentes”.

Uma das assessoras denunciadas junto de Arruda afirmou ao MP que o deputado recebeu entre R$ 50 mil e R$ 70 mil em troca de influência política prometida ao empresário.

A denúncia cita também que policiais militares excluídos da corporação procuraram o deputado em 8 de novembro de 2016 para serem reintegrados à instituição. Naquele dia, Arruda teria cobrado uma quantia em dinheiro em troca do “favor”. Uma testemunha afirmou que o deputado recebeu pelo menos R$ 80 mil dos policiais.

Procurada pela Banda B, a defesa de Ricardo Arruda disse que o deputado “é um dos principais nomes do Estado do Paraná no combate à corrupção e cobrança por lisura no serviço público”. Segundo do advogado Jeffrey Chiquini, o nome do parlamentar foi usado de forma ilegal “e sem autorização para a prática de ilícitos”.

“Já demonstramos e provamos por meio de provas documentais e testemunhais que utilizaram de forma ilegal o nome do deputado. Essas pessoas responderão e serão punidas por isso. Já está provado que o deputado não tem qualquer participação nestes fatos. Ele sequer tinha conhecimento que essas pessoas utilizavam de forma ilegal o seu nome”, acrescentou o advogado.