quarta-feira, 29 de março de 2023

Doenças respiratórias lotam rede de saúde em Apucarana e Arapongas


 











Quem passou nos últimos dias em frente às Unidades de Pronto Atendimento, de Apucarana e de Arapongas, percebeu o grande número de pessoas aguardando por atendimento nesses locais. Com o aumento de casos de doenças respiratórias e viroses no início do outuno, o número de pacientes disparou em março. O movimento também cresceu no Centro Infantil Sonho de Criança e no Pronto Atendimento Infantil (PAI).

Neste mês, 12.024 pessoas foram atendidas na UPA de Apucarana, segundo levantamento da Autarquia Municipal de Saúde (AMS) com dados até esta terça-feira (28). O número representa uma média de 429 consultas por dia. Como a capacidade é de 280 atendimentos diários, a unidade está com sobrecarga de 53%.

Faltando três dias para o final de março, a procura é quase 5% superior ao mesmo mês do ano passado, quando 11.470 atendimentos foram realizados, segundo dados da AMS.

O secretário de Saúde, Emídio Bachiega, afirma que o município ampliou o número de médicos para dar conta da demanda na UPA. “A chegada do outono -que é marcada por uma grande amplitude térmica, com manhãs frias e aumento da temperatura durante o dia -, gera mais casos de doenças respiratórias e também de viroses”, assinala. Ele cita ainda a chuva constante. “Muita umidade no ar também é ruim para a saúde”, acrescenta.

O secretário afirma que o problema vem sendo registrado também em outras cidades da região Sul, com aumento da demanda de atendimentos com a mudança de clima com a chegada da nova estação.

Emídio Bachiega reforça a importância de a população procurar a UPA apenas em situações mais graves, como febre alta e dificuldades respiratórias. “Em casos menos graves, a orientação é buscar atendimento na UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima”, orienta.

O pediatra Luiz Carlos Busnardo, que atende no Centro Infantil, explica que o aumento de casos se repete toda vez que há uma mudança de estação do ano, principalmente do verão para o outono, quando há alterações bruscas de temperatura e maior incidência de chuva.

“Também coincide com o período em que as crianças já voltaram para as creches e escolas. A soma destes dois fatores resulta num surto de proliferação de vírus, facilitando a ocorrência de doenças bacterianas graves, como pneumonia, rinossinusite, infecção de ouvido, entre outras”, afirma Busnardo.