sexta-feira, 17 de março de 2023

Dr. Jairinho, acusado de matar Henry Borel, tem registro de médico cassado


 






















O ex-vereador carioca Jairo de Souza Santos Junior, conhecido como Dr. Jairinho, de 45 anos, preso desde 8 de abril de 2021 pela morte do menino Henry Borel, teve seu registro profissional como médico cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) na tarde desta quarta-feira, 15.

Henry era enteado do parlamentar, tinha 4 anos de idade e morreu em 8 de março de 2021. Médicos constataram sinais de espancamento no corpo do menino, e testemunhas apontaram o então parlamentar como autor das agressões. Jairinho alega inocência.

O acusado foi provisoriamente proibido de exercer a medicina no Brasil em 10 de junho de 2021, mas essa punição provisória vigora por até um ano e deixou de valer em junho passado. Agora, a cassação é definitiva.

A decisão foi tomada por unanimidade, durante plenária na sede do Cremerj da qual participaram por videoconferência Jairinho e seu advogado, além dos diretores do Conselho. A cassação definitiva do registro é a punição mais grave prevista o Código de Processo Ético-Profissional. Dr. Jairinho não exercia a profissão; dedicava-se à política.

Jairinho também perdeu o mandato na Cãmara do Rio. A mãe do menino, Monique Medeiros, também será julgada no 2º Tribunal do Júri. Assim como Jairinho, ela chegou a ser presa, mas foi libertada . Ambos são acusados de homicídio. Jairinho responde também por tortura contra a criança.

Casal

Filho do ex-deputado estadual Coronel Jairo, o ex-vereador era casado com Monique, professora e mãe de Henry, filho de um relacionamento anterior. Moravam em um apartamento na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Na madrugada em que o menino morreu, e foi levado pelo casal, aparentemente desacordado, ao Hospital Barra D’Or, no mesmo bairro. Ali, médicos constataram que o menino morrera. O casal alegava ter encontrado Henry desmaiado no quarto onde dormia.

A Polícia Civil indiciou Jairinho por tortura e o responsabilizou pela morte do enteado. Relatos posteriores apontaram o político como agressor de Henry e outras vítimas – há outros procedimentos em curso contra o acusado. Monique também foi acusada de torturar e matar o filho, mas vai responder apenas pela denúncia de homicídio. Ela foi libertada, porque alegou ter sido ameaçada no presídio. A Justiça então permitiu que ela aguarde o julgamento – ainda sem data para acontecer – em liberdade.