Do total de denúncias recebidas, o grupo encaminhou à Justiça apenas 25, porque a maioria já prescreveu, embora esteja sendo preparada uma lista de abusadores que ainda estão na ativa. A maioria dos autores dos abusos era do sexo masculino, em um total de 96%, e padres, em torno de 70%.
Os abusos aconteceram em seminários, centros de acolhimentos, escolas ou instituições esportivas. A média de idade das vítimas era de pouco mais de 11 anos, com a maioria tendo em torno de 52 atualmente.
Os crimes ocorreram em todo o país, com maior incidência em Lisboa, Porto e Braga. A comissão cobrou ações da Justiça local e pediu acompanhamento psicológico para as vítimas e a suspensão da prescrição dos crimes, que é de 30 anos.
O grupo foi criado pela Conferência Episcopal Portuguesa no fim de 2021, sendo composta por seis especialistas, Pedro Strecht, que é psicólogo infantil, além de psiquiatras, um ex-ministro da Justiça e até um cineasta.
“Queremos que seja o início de um novo começo”, disse d. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal de Portugal (CEP), depois de assistir à apresentação da investigação sobre as quase 5 mil vítimas. “É uma situação dramática que vivemos, não é fácil ultrapassá-la”, admitiu o bispo de Leiria-Fátima.