O grupo com jogadores de futebol de Shakthar Donetsk e Dínamo de Kiev, e os respectivos familiares, que estava no bunker de um hotel de Kiev, deixou a Ucrânia neste domingo, após uma viagem de trem até a cidade de Chernivtsi (a 535 quilômetros da capital), iniciada no sábado. De lá eles seguiram até a fronteira com a Moldávia, onde uma parte ficou e a outra foi para a Romênia, para retornar ao Brasil.
Entre os atletas estão nomes como o meia Pedrinho (ex-Corinthians), o zagueiro Marlon (ex-Fluminense) e os atacantes David Neres (ex-São Paulo) e Júnior Moraes (ex-Santos). Todos do Shakthar, que tem 13 jogadores brasileiros no elenco. Júnior Moraes tem nacionalidade ucraniana e já defendeu a seleção do país. À Agência Brasil, o pai do jogador, Aluísio Guerreiro, disse que a previsão é que o filho chegue ao Brasil na noite de segunda-feira (28).
A esposa de Pedrinho, aliás, rechaçou que o grupo tenha deixado para trás os jogadores de futsal brasileiros Matheus Ramirez e Jonatan Moreno e o engenheiro eletricista David Abu-Gharbil, que também estavam no hotel. Eles devem conseguir deixar o local na segunda e têm relatado, nas redes sociais, o medo com as explosões registradas em Kiev.
Outros atletas também tentam deixar a Ucrânia. Casos do lateral Juninho (ex-Salgueiro-PE) e dos atacantes Cristian (ex-Brasil de Pelotas) e Guilherme Smith (ex-Botafogo). Eles defendem o Zorya, de Lugansk, que é uma das regiões separatistas da Ucrânia. Segundo o relato dos jogadores pelo Instagram, eles atravessaram o país, de Zaporizhzhya (leste) a Lviv (oeste), e caminharam 60 quilômetros em direção à fronteira com a Polônia, mas foram barrados cerca de quatro quilômetros antes do destino. O grupo passou a noite na estrada, no frio, esquentado por uma fogueira.
Segundo a Embaixada, cerca de 500 brasileiros moram na Ucrânia. Na quinta-feira (24), quando iniciou a invasão russa, a instituição informou que tem orientado os cidadãos por meio do site, da página de Facebook e em grupo do aplicativo de mensagens Telegram.
Agência Brasil