terça-feira, 20 de julho de 2021

Preço de alimentos básicos cresce até cinco vezes mais que o salário mínimo

 


A inflação, conforme o Banco Central do Brasil (BCB), é o aumento dos preços de bens e serviços, causado por situações como pressões de demanda e aumento nos custos, entre outros fatores (como emissão de papel-moeda e diminuição da taxa de juros). Trata-se de um conceito importante em nosso dia a dia porque diz respeito a uma diminuição no poder de compra da moeda.

Um exemplo pode ajudar a ilustrar o conceito. Imagine alguém que ganhava o piso salarial no Paraná em 2016 e em 2021. Num ano ele recebeu, mensalmente, R$ 1.148,40. No outro, R$ 1.467,40. Teve um aumento de 27,78%, portanto.

Seu poder de compra, no entanto, não cresceu na mesma medida que o salário nominal.

Em junho de 2016, conforme informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), uma cesta básica de alimentos (o conjunto de produtos essenciais para uma família se manter durante um mês) em Curitiba custaria R$ 416,49. Cinco anos depois, esse valor já está em R$ 618,57, um aumento de 48,52% — uma diferença de 20,74 pontos porcentuais em relação ao reajuste do salário mínimo no Paraná no mesmo período.

Há, então, um cenário no qual, em 2016, alguém que recebia o salário mínimo conseguiria adquirir 2,76 cestas básicas; já em 2021, quem recebe o piso salarial, mesmo num valor nominalmente maior, consegue comprar 2,37 cestas básicas.

Óleo de soja, carne bovina, ovos e arroz acumulam as maiores altas

Com base nos dados coletados pelos programas Disque Economia e Clique Economia, da Prefeitura de Curitiba, o Bem Paraná consultou o preço de alguns alimentos básicos em duas datas diferentes: 19 de julho de 2016 e 19 de julho de 2021. E o levantamento mostra como o prato nosso de cada dia está cada vez mais caro, com alguns itens tendo subido até 144% (cinco vezes mais que o piso salarial no Paraná, portanto).

O campeão da inflação é o óleo de soja. Em 2016, uma lata de 900 ml do produto custava R$ 3,12 nos mercados de Curitiba. Ontem, já estava saindo por R$ 7,62 (+143,91%).

Na segunda posição aparece a carne bovina, com alta de 130,32% entre as duas datas analisadas. Num ano o quilo do patinho sem osso era vendido a R$ 18,72. Em 2021, o preço médio é de R$ 43,12.

Na sequência aparecem ainda a caixa de ovos e o arroz parboilizado, com altas 55,68% e 52,74%. Anos atrás, o pacote de cinco quilos de arroz custava R$ 12,49 e dúzia de ovos, R$ 4,69. Ontem, os produtos já estavam custando R$ 19,08 e R$ 7,30, respectivamente.