sábado, 31 de julho de 2021

Bolsa Família pode perder 'marca de Lula' e ser renomeado como Auxílio Brasil














O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode renomear o Bolsa Família, programa social criado pelo ex-presidente Lula (PT), seu provável adversário no segundo turno em 2022, buscando afastar o programa social de transferência de renda do petista e aproximando de si a imagem de criador de uma espécie de auxílio emergencial permanente.

Bolsonaro sabe que precisa correr atrás após perder popularidade nos últimos meses, com o agravamento da crise provocada pela pandemia da Covid-19, e, para isso, conta com o 'novo Bolsa Família' turbinado e rebatizado como Auxílio Brasil. O governo deve propor um aumento do valor das parcelas do programa, uma forma de tentar construir apoio entre os mais pobres. No ano passado, o auxílio emergencial de R$ 600 chegou a ter esse efeito, com o presidente tendo mais apoio e menos rejeição, sobretudo nas classes mais baixas.

Hoje, o Bolsa Família tem parcelas médias de R$ 190, e o objetivo é aumentar em pelo menos 50% esse valor, que ficaria em torno de R$ 300. A equipe econômica de Paulo Guedes defende um benefício médio por volta de R$ 270, mas Bolsonaro bate o pé em R$ 300.

Para 2021, o orçamento do programa social criado por Lula é de R$ 35 bilhões. Para garantir a elevação do valor, segundo Guedes, seria preciso disponibilizar de R$ 25 a R$ 30 bilhões a mais.

A ideia é que o valor seja de R$ 300, que 17 milhões de brasileiros recebam - e não 14 milhões, como atualmente - e que Bolsa Família vire Auxílio Brasil, aproveitando a marca "Auxílio" do benefício emergencial criado durante a pandemia que já é associado a Bolsonaro, embora a ideia tenha surgido no Congresso e tenha, inclusive, enfrentando resistência do governo no início, já que o valor original de R$ 600 era considerado "inviável".

Com mais beneficiários e um valor maior e sem a associação direta ao PT, o governo e Bolsonaro especialmente esperam ganhar politicamente com as novidades do principal programa social brasileiro e, acima de tudo, terem mais chance na busca pela reeleição.