quinta-feira, 29 de julho de 2021

São Paulo anuncia fim de restrição no comércio a partir de 17 de agosto e antecipa vacina para adolescentes

 


A partir de 17 de agosto, São Paulo não terá mais restrições ao funcionamento do comércio. Na data, cairão todas as restrições em relação à ocupação dos estabelecimentos comerciais e públicos no estado, abertos e fechados. Também encerram-se as limitações de horários.

Antes disso, porém, em 1º de agosto, já haverá uma mudança importante nas regras da quarentena. A ocupação dos estabelecimentos no estado será de 80%, com possibilidade de funcionamento até a meia-noite. Atualmente é possível operar até 23h, e com 60% da capacidade.

Ainda assim, algumas atividades que geram aglomerações, como baladas, shows de médio e grande portes e competições esportivas, seguirão proibidos no estado. A volta desse tipo de programação dependerá dos resultados de eventos-teste que estão sendo organizados pelo governo.

— Ainda mantendo o uso de máscaras, recomendando o uso de álcool em gel, seguindo os protocolos de distanciamento e de cuidados pessoais e coletivos, já estaremos com novas regras em funcionamento a partir de 17 de agosto — afirmou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), nesta quarta-feira.

Na véspera, dia 16 de agosto, o estado deve ter completado a aplicação da primeira dose de vacina contra a Covid-19 em toda a população paulista acima de 18 anos. A antecipação dessa marca também foi anunciada pelo governo nesta quarta. Anteriormente, a meta estava prevista para 20 de agosto.

Adolescentes

Os adolescentes com idades entre 12 e 17 anos serão vacinados no estado de São Paulo a partir de 18 de agosto. Primeiro serão imunizados os jovens com comorbidades, deficiências, além de gestantes e puérperas nessa faixa etária. Esse grupo será convocado de 18 a 29 de agosto.

Em seguida, de 30 de agosto a 5 de setembro, poderão se vacinar os jovens de 15 a 17 anos. De 6 a 12 de setembro, vêm os de 12 a 14 anos.

Para os adultos, a vacinação nos próximos dias está organizada da seguinte maneira: de 19 a 29 de julho, para os da faixa entre 30 e 34 anos; de 30 de julho a 4 de agosto, 28 e 29 anos; de 5 a 9 de agosto, 25 a 27 anos; e de 10 a 16 de agosto, 18 a 24 anos.

— É o censo de urgência, de emergência, de respeito pela vida dos brasileiros que vivem no estado de São Paulo — disse Doria.

O governador afirmou ainda que a antecipação só foi possível após a compra de 4 milhões de doses excedentes da vacina CoronaVac para uso exclusivo no estado.

Indicadores melhoram

Atualmente, a taxa de ocupação de UTIs está em 53% em todo o estado de São Paulo. Na Grande São Paulo, esse número é de 49%.

O secretário de Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, classificou o cenário como de “melhora expressiva”, conquistada diante do avanço da vacinação. Até aqui, segundo o governo do estado, 76,1% dos adultos paulistas receberam ao menos uma dose de vacina e 27,5% completaram o esquema de imunização.

Os atrasados para a segunda dose somam 748 mil. Até esta terça-feira, 385 mil não haviam retornado para receber a segunda aplicação da vacina CoronaVac, e 363 mil estavam com a segunda etapa da AstraZeneca/Oxford pendente.

Houve uma redução combinada dos três indicadores epidemiológicos da pandemia em uma semana. A queda de casos foi de 20,6% no período. As internações baixaram 18,3%, e as mortes caíram 9,6%.

Esse cenário mais positivo foi o que motivou a decisão de acabar com as restrições às atividades comerciais de 17 de agosto em diante, justificaram os membros do governo. Em nota, a gestão Doria afirmou que, embora as determinações de liberação sejam válidas para todos os 645 municípios paulistas, “as prefeituras vão manter autonomia para determinar rigidez de restrições se as circunstâncias locais da pandemia e capacidade hospitalar tiverem piora”.

Para Gorinchteyn, a cepa Delta, inicialmente identificada na Índia e já encontrada em SP com transmissão comunitária, não muda esses planos de reabertura. Segundo ele, essa variante de atenção ainda não demonstrou ser dominante no estado — a predominância é da cepa Gama, a de Manaus, com 96% das amostras positivas colhidas na região.

Diante disso, ele diz que a obrigatoriedade das regras sanitárias, como distanciamento e uso de máscaras, além do avanço da vacinação, permite que a realidade paulista seja diferente da vista em outros países, onde a nova variante causou uma escalada de casos e regressão nas medidas de flexibilização da quarentena.

Após testar positivo para Covid-19 pela segunda vez, no dia 15 de julho, Doria retomou nesta quarta a agenda de coletivas de imprensa. Ele abriu a conversa no Palácio dos Bandeirantes tratando de seu estado de saúde.

— Estive completamente assintomático e protegido. Porque tomei a vacina, tomei duas doses da vacina do Butantan, a CoronaVac. Mas poderia ter tomado também a AstraZeneca, a Pfizer e a Janssen, as quatro vacinas aprovadas. Sou um exemplo vivo que a vacina salva — afirmou.

O Globo