sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Diretor do Instituto Butantan diz que CoronaVac é menos vulnerável a novas variantes da Covid-19 que outras vacinas


 













O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, admitiu preocupação com o impacto que o surgimento de novas variantes do coronavírus pode ter na eficácia das vacinas, mas afirmou que as características da CoronaVac minimizam a possibilidade de problemas.

Covas participou nesta sexta-feira do lançamento do Projeto S, estudo clínico que será realizado na cidade de Serrana, na região de Ribeirão Preto, e planeja imunizar a maioria da população da cidade para avaliar o impacto da vacina em toda uma cidade.

— Temos agora uma variante que é considerada brasileira, começou no Amazonas, e potencialmente pode trazer problemas para algumas vacinas, principalmente para aquelas que são baseadas na proteína S. Incluém-se nesse tipo de vacina a da AstraZeneca, da Pfizer, a Sputnik, da Rússia, e a da Johnson & Johnson— afirmou Dimas Covas.

A CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o órgão paulista, usa um método diferente. As vacinas citadas por Dimas Covas usam tecnologia de vetor viral: os genes do coronavírus são introduzidos em outro vírus, alterado geneticamente para não se multiplicar.

— A vacina do Butantan é diferente. É baseada no vírus inteiro inativado. O vírus foi quebrado nos seus pedaços e eles formam a vacina. Quando o indivíduo recebe esses pedaços do vírus, ele produz uma resposta imunológica ampla — afirma.

A CoronaVac usa o vírus inativado. Nesse caso, o vírus inativa não consegue se replicar, mas sua presença ativa o sistema imunológico.

Por isso, argumenta Covas, a possibilidade de a CoronaVac ter sua eficácia cancelada com novas variantes é menor.

— A chance dessa vacina ter problema com as variantes é menor do que as demasi que são baseadas em um unico pedaço do vírus. Preocupa? Sim. Vamos monitorar — afirma.

Com O Globo