domingo, 6 de setembro de 2020

Rompido com Maia, Guedes se enfraquece e deixa reformas com Planalto e Congresso

O ciúme de Guedes e o protagonismo de Maia no centro das reformas | VEJA

Em meio a processo de fritura no governo e diante de atrito com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro Paulo Guedes (Economia) decidiu se afastar da tarefa de negociar as reformas estruturantes apresentadas por ele ao Congresso. A missão deve ficar nas mãos da ala política do Planalto.
Com o rompimento dessa aliança e a aproximação entre Maia e o Palácio do Planalto, o ministro da Economia perde poder e deixa as principais propostas econômicas do governo (reformas tributária e administrativa), que começam a ser analisadas pela Câmara, nas mãos de outros negociadores.
Nas últimas semanas, Guedes também tem passado por um processo de fritura dentro do governo, sendo criticado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O presidente suspendeu o anúncio do novo programa social do governo, batizado de Renda Brasil, por não concordar com a proposta da equipe econômica.
Em evento, ele afirmou que não aceita “tirar de pobre para dar para paupérrimo”, em referência à ideia de extinguir programas como o abono salarial para criar o Renda Brasil.
Guedes também está no centro de uma disputa orçamentária. Ele é criticado por ministros das alas política e militar, que defendem uma ampliação de investimentos públicos para acelerar a retomada da economia.
Quando estavam alinhados, Guedes e o presidente da Câmara se articulavam para colocar em votação propostas da agenda liberal.
A aliados a Guedes relatou afirmação de Bolsonaro de que o ministro da Economia não entende de política. Por isso, afirma que o diálogo de Maia com o governo será feito a partir de agora com ministros do Planalto e interlocutores de Bolsonaro no Congresso, como o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
FOLHAPRESS