terça-feira, 3 de março de 2020

Surto de sarampo atinge 76 cadetes em academia da Força Aérea no interior de SP



Um surto de sarampo atingiu pelo menos 76 cadetes da AFA (Academia da Força Aérea), em Pirassununga (a 211 km de São Paulo), em um intervalo inferior a um mês. Outros 25 pacientes aguardam os resultados dos exames que, se confirmados, farão com que o total de contaminados chegue a 101.
O total de casos já confirmados representa 11% dos 692 cadetes que atualmente estão na academia, cujo curso tem duração de quatro anos. Se os 25 em análise forem confirmados, o índice chegará a 14,5%.
Os casos começaram a ser registrados em 31 de janeiro e, como a transmissão da doença pode começar antes mesmo do aparecimento dos sintomas, nas semanas seguintes as notificações proliferaram entre os cadetes, segundo a Vigilância Epidemiológica da cidade paulista.
O local foi alvo de um bloqueio vacinal a partir do dia 21 e todos os cadetes com suspeitas dentro da AFA foram retirados das atividades coletivas e colocados em isolamento de quatro dias nos alojamentos como medida protetiva.
“O período de adaptação é muito intenso, com estresse, e a imunidade fica comprometida. Confinamento e baixa do sistema imunológico são o cenário para atrair o sarampo”, disse a enfermeira Patrícia Isabela Cascardo Mellário, coordenadora na Vigilância Epidemiológica de Pirassununga.
O número de casos deve se aproximar de cem, segundo a enfermeira, porque, das 103 notificações feitas desde o surgimento do surto, só duas não foram confirmadas até esta segunda-feira (2).
Todos os contaminados apresentaram quadros mais brandos da doença, com sintomas como febre, manchas vermelhas no corpo, tosse, coriza e conjuntivite. Não foi necessária a internação em hospitais.
Os 25 casos em investigação —alguns dos quais de funcionários da AFA— devem ter os resultados divulgados nas próximas semanas. Eles devem ser confirmados, conforme a vigilância, porque os pacientes suspeitos tiveram contato muito próximo com os cadetes que tiveram casos confirmados. “O potencial de contágio é muito alto.”
Folhapress