sábado, 21 de março de 2020

'NINGUÉM ESTÁ A SALVO', DIZ ENFERMEIRO ITALIANO

Dante Baldi, na Policlínica Gemelli, o maior hospital de Roma. Vírus em mutação já infecta crianças e jovens. Foto: Arquivo pessoal

O enfermeiro italiano Dante Baldi, de 54 anos, trabalha há mais de 30 anos na Policlínica Gemelli, o maior hospital de Roma. Por lá, setores inteiros foram fechados e adaptados para abrigar exclusivamente os pacientes infectados pelo coronavírus.

Desde o início da epidemia no país, ele mantém uma escala que classifica como “massacrante” e convive com decisões dramáticas a cada momento.

“Se uma pessoa em estado grave é muito idosa, a gente deixa morrer. É preciso escolher, e não posso pegar vaga na UTI para alguém de 90 anos, com perspectiva de um ou dois anos de vida, e ignorar alguém de 60 anos, que tem perspectiva de 25. Todos os dias tenho visto isso”, diz Baldi em entrevista a ÉPOCA.