quinta-feira, 5 de março de 2020

Janela para trocas partidárias abre hoje e agita câmaras

Câmara de Curitiba: prazo para troca de partido vai até 3 de abril

Começa hoje o período chamado de “janela partidária”, no qual vereadores que pretendem concorrer à reeleição ou ao cargo de prefeito nas eleições municipais de outubro poderão mudar de partido sem correr o risco de perder o mandato eletivo. O prazo para troca de legenda encerra-se no dia 3 de abril, seis meses antes da realização do primeiro turno da eleição, marcado para 4 de outubro.
Em 4 de abril, também termina o prazo para aqueles que desejam concorrer a um cargo eletivo estarem filiados a um partido. Nesse período, os partidos devem assediar vereadores em busca de nomes fortes para comporem suas chapas, já que as eleições deste ano serão as primeiras em que estarão proibidas as coligações proporcionais para candidatos ao Legislativo.
Ao contrário do que acontecia nas disputas anteriores, os partidos não poderão mais se unir a outras legendas nas chapas que vão concorrer ao parlamento municipal. Diante das novas regras, as legendas que quiserem entrar na disputa terão que apresentar suas próprias chapas à Câmara. O que deve levar também ao aumento do número de concorrentes à prefeitura, já que os partidos que não disputarem a eleição majoritária com nomes próprios perderão visibilidade. Além disso, os candidatos dos grandes partidos terão pouco a oferecer para atrair outras siglas para uma coligação na disputa pelo Executivo, apesar dessas alianças para a eleição de prefeito continuar sendo permitida.
A tendência é que os parlamentares tenham preferência por migrar para partidos que tenham candidatos próprios a prefeito, em detrimento daqueles que não disputem a eleição majoritária.
Na Câmara de Curitiba, por exemplo, parte dos vereadores devem migrar para partidos da base do prefeito Rafael Greca (DEM). Entre eles, Toninho da Farmácia e Zezinho do Sabará, ameaçados de serem expulsos do PDT por apoiarem o atual prefeito. O PDT tem dois pré-candidatos de oposição à prefeitura: o deputado federal Gustavo Fruet e o deputado estadual Goura.
O vereador Geovane Fernandes, hoje no PTB, deve migrar para o Patriota. Outros dois vereadores também estariam sendo assediados pelo partido, um do PSD e outro da Democracia Cristã (DC).
Os vereadores Dr. Wolmir e Rogério Campos do PSC, podem se filiar ao Republicanos (antigo PRB) – partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. O vereador Mestre Pop, também do PSC, pode mudar para o PSD do governador Ratinho Júnior.
O fim das coligações foi aprovado na reforma política votada pelo Congresso em 2017. O objetivo é impedir que um partido “transfira” votos para candidatos de outras legendas, com votação inferior por estarem coligados, o chamado “efeito Tiririca”, em referência ao deputado federal do PL paulista. Ao vetar a possibilidade de coligações proporcionais, o Congresso impediu que legendas sem nomes fortes na urna peguem "carona" em puxadores de voto de outros partidos.
Em 2014, o ator e palhaço tentou a primeira reeleição para a Câmara dos Deputados por São Paulo e conseguiu repetir o feito de quatro anos antes. Com mais de 1 milhão de votos (1.016.796 votos), foi um dos parlamentares mais votados do país, ajudando a colocar no Congresso nomes com votação comparativamente ínfima.