sexta-feira, 6 de março de 2020

Criada há 8 dias, comissão católica do RS recebe 6 denúncias de abuso e assédio

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Determinação do Papa Francisco prevê que todas dioceses do mundo tenham comissões para receber queixas contra integrantes da Igreja Católica

Pioneira no Brasil, a Comissão Arquidiocesana Especial de Promoção e Tutela de Crianças da Arquidiocese de Porto Alegre recebeu seis denúncias desde o seu lançamento oficial, em 26 de fevereiro.

O grupo de trabalho tem o objetivo de investigar casos de abuso e assédio sexual cometidos por integrantes da Igreja Católica. Ele segue determinação do Papa Francisco, de que todas as dioceses do mundo tomem medidas para receber denúncias de supostos crimes sexuais até junho deste ano.

De acordo com a irmã Maria Denise Mendes Ternes, secretária e psicóloga da comissão, é possível ver uma confiança da comunidade. "Se pararmos para analisar, temos aproximadamente seis pessoas que nos ligaram para relatar os casos delas. Pode parecer pouco, mas se contarmos os dias oficiais de trabalho são apenas oito. É quase uma denúncia por dia".

O grupo de trabalho foi formado ainda em agosto do ano passado. Ele tem participação de uma delegada da Polícia Federal, uma psicopedagoga, uma médica psiquiatra, do arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, e do padre Fabiano Schwanck Colares.

Depois das primeiras análises, foi criado um regulamento interno sobre como conduzir o caso desde a denúncia até o tratamento da vítima e do suspeito, que pode incluir, além de padres e religiosos, todas as lideranças leigas que trabalham com as crianças e os adolescentes. A comissão abrange paróquias de 29 municípios gaúchos.

"A comissão vai trabalhar em dois âmbitos igualmente importantes: o primeiro deles se responsabilizará por acolher denúncias, investigar, executar a sentença e dar acompanhamento às vítimas. 

O segundo será de trabalhar a prevenção por meio de um material pedagógico para mostrar aos padres e leigos o trabalho seguro e correto com crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis".

Além disso, cartazes serão distribuídos entre as 158 paróquias da arquidiocese de trarão mensagens sobre abusos. "Você Sabia? Nessas relações, muitas vezes, o abusador manipula emocionalmente a vítima que nem sequer percebe, o que pode levar ao silêncio por sensação de culpa. 

Essa culpa pode se manifestar em comportamentos graves no futuro como a autoflagelação e até tentativas de suicídio", diz um dos materiais elaborados.