A reunião de cúpula do G7, grupo de países mais industrializados do mundo, fracassou. Ao seu final, anunciou oficialmente o compromisso de “evitar uma escalada protecionista”, mas, ao mesmo tempo, para atender à pressão norte-americana, ameaçou “modernizar” a Organização Mundial do Comércio (OMC), exatamente o organismo das Nações Unidas que, no combate a esse retrocesso, tem enfrentado medidas protecionistas como as do governo Donald Trump. Os Estados Unidos ativaram em junho tarifas ao aço (25%) e ao alumínio (10%) procedente do Canadá, México e União Européia. Os afetados responderam com represálias equivalentes, alimentando uma escalada de tensão diplomática que marcou esta cúpula.
Mal acabaram as reuniões de dois dias, o anfitrião, primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, criticou a política de Trump, que reagiu em sua conta no Twitter classificando de “falsas” as declarações do premier do Candá. E ameaçou ainda mais medidas protecionistas. Trumpo foi o último a chegar a Quebec, onde se deu a reunião do G7, e o primeiro a ir embora, não sem antes fazer declarações grosseiras e arrogantes. “Somos o cofrinho de que todo mundo rouba”, disse ele.
Trudeau reagiu: “Os canadenses somos amáveis e razoáveis, mas não nos vão avassalar”. Ele considerou “insultante” que Washington use o argumento da segurança nacional para subir as tarifas de seus produtos, tendo em conta que soldados de ambos países “lutaram ombro a ombro em terras longínquas em conflito desde a primeira guerra mundial”.
