sábado, 16 de junho de 2018

PF aponta propina de R$ 57,3 milhões a Funaro em obra do Rodoanel



A Polícia Federal aponta indícios de que o Grupo Bertin pagou R$ 57,3 milhões em propina ao doleiro Lúcio Funaro para que obtivesse empréstimo de R$ 2 bilhões da Caixa Econômica Federal para as obras do trecho leste do Rodoanel, em São Paulo.
As informações estão no relatório final da Operação Cui Bono?, que investigou irregularidades cometidas na vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa entre 2011 e 2013 — período em que foi comandado por Geddel Vieira Lima.
Apontado como operador do MDB da Câmara, Funaro teria dividido o dinheiro com o deputado federal cassado Eduardo Cunha e com o vice-presidente da Caixa à época Geddel Vieira Lima.
O trio teria agido para facilitar a liberação de recursos do banco para a concessionária de rodovias do Grupo Bertin responsável pela construção do Rodoanel. Geddel e Cunha estão presos, enquanto Funaro cumpre prisão domicilar.
Por meio da delação premiada de Funaro, a PF teve acesso a planilhas e notas fiscais que indicam 63 transações feitas pela construtura do Grupo Bertin. A empresa pagou ao doleiro até 2,9% sobre cada valor liberado pela Caixa. Desse montante, segundo o doleiro, 20% ficavam com Funaro, 50% era repassado para Geddel e 30% para Cunha.
A Operação Cui Bono? foi concluida neste mês e resultou no indiciamento de 16 pessoas — entre elas os irmãos e sócios do Grupo Bertin — por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de justiça.