sexta-feira, 1 de junho de 2018

Pedro Parente pede demissão da presidência da Petrobras



Pedro Parente pediu, na manhã desta sexta (1º), demissão do cargo de presidente da Petrobras. Parente foi escolhido para assumir a presidência da estatal pelo presidente Michel Temer, em 2016.
Nesta sexta, Parente se reuniu com Temer para discutir o fim da greve dos caminhoneiros, deflagrada na última segunda (21). Durante a paralisação, a política de reajuste de preço da Petrobras foi duramente criticada. Com a nova norma, o preço da gasolina e do diesel chegam a ser alterados diariamente, dependendo da oscilação do produto no mercado externo. Mesmo assim, Parente não cedeu a pressão e afirmou que o reajuste continuaria sendo feito da mesma maneira.
Em nota, a Petrobras informou que a nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração da estatal será feita ainda nesta sexta. Os  demais membros da diretoria executiva da companhia não sofrerá alterações. A Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder, havia revelado nesta terça (29) que Parente já estava de saída e tem convite para assumir o cargo de CEO do Grupo BRF, dono de marcas como Sadia e Perdigão, de cujo conselho de administração já é presidente.
Em sua carta de demissão, entregue a Temer nesta sexta, Parente afirma que “os resultados obtidos [enquanto esteve na Presidência da estatal] revelam o acerto do conjunto das medidas que adotamos, que vão muito além da política de preços”. O agora ex-presidente da Petrobras diz ainda que, ao fazer “um julgamento sereno de meu desempenho”, cumpriu o que prometeu e que a estatal recuperou sua reputação.
Sobre os questionamentos quanto a nova política de preços da estatal, Parente apontou que “poucos conseguem enxergar que ela reflete choques que alcançaram a economia global, com seus efeitos no País”. Diante da greve dos caminhoneiros e seus reflexos, ele afirma que sua “permanência na presidência da Petrobras deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente”. Parente diz ainda que não será um “empecilho” e que não tem “qualquer apego a cargos ou posições”.
Parente agradeceu ao presidente Michel Temer a oportunidade de estar na presidência da Petrobras e pediu para que a escolha do novo nome para o cargo seja baseado “nas regras corporativas, que tanto foram aperfeiçoadas nesses dois anos”, período em que ele esteve a frente da estatal.