
Pedro Parente pediu, na manhã desta sexta (1º), demissão do cargo de presidente da Petrobras. Parente foi escolhido para assumir a presidência da estatal pelo presidente Michel Temer, em 2016.
Nesta sexta, Parente se reuniu com Temer para discutir o fim da greve dos caminhoneiros, deflagrada na última segunda (21). Durante a paralisação, a política de reajuste de preço da Petrobras foi duramente criticada. Com a nova norma, o preço da gasolina e do diesel chegam a ser alterados diariamente, dependendo da oscilação do produto no mercado externo. Mesmo assim, Parente não cedeu a pressão e afirmou que o reajuste continuaria sendo feito da mesma maneira.
Em nota, a Petrobras informou que a nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração da estatal será feita ainda nesta sexta. Os demais membros da diretoria executiva da companhia não sofrerá alterações. A Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder, havia revelado nesta terça (29) que Parente já estava de saída e tem convite para assumir o cargo de CEO do Grupo BRF, dono de marcas como Sadia e Perdigão, de cujo conselho de administração já é presidente.
Em sua carta de demissão, entregue a Temer nesta sexta, Parente afirma que “os resultados obtidos [enquanto esteve na Presidência da estatal] revelam o acerto do conjunto das medidas que adotamos, que vão muito além da política de preços”. O agora ex-presidente da Petrobras diz ainda que, ao fazer “um julgamento sereno de meu desempenho”, cumpriu o que prometeu e que a estatal recuperou sua reputação.
Sobre os questionamentos quanto a nova política de preços da estatal, Parente apontou que “poucos conseguem enxergar que ela reflete choques que alcançaram a economia global, com seus efeitos no País”. Diante da greve dos caminhoneiros e seus reflexos, ele afirma que sua “permanência na presidência da Petrobras deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente”. Parente diz ainda que não será um “empecilho” e que não tem “qualquer apego a cargos ou posições”.
Parente agradeceu ao presidente Michel Temer a oportunidade de estar na presidência da Petrobras e pediu para que a escolha do novo nome para o cargo seja baseado “nas regras corporativas, que tanto foram aperfeiçoadas nesses dois anos”, período em que ele esteve a frente da estatal.