segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

CONSULTÓRIO NA RUA LEVA ATENDIMENTO A PESSOAS SEM MORADIA



O Distrito Federal dispõe de três equipes multiprofissionais, todas de Estratégia Saúde da Família, que atendem a população em situação de rua in loco. Elas fazem parte do Consultório na Rua, projeto criado em 2011 pelo Ministério da Saúde e aderido pelo Distrito Federal em 2012.
Na capital, há equipes referenciadas nas Unidades Básicas de Saúde nº 5 tanto de Taguatinga quanto de Ceilândia e no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) do Plano Piloto (veja os endereços abaixo).
Projeto quer ampliar o acesso à saúde para pessoas em situação de rua
Na prática, o projeto funciona como uma porta de entrada. A ideia é ampliar o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde, ao estimulá-la a usufruir o que é ofertado na rede.
“Um dos objetivos é inserir o paciente no sistema. Então, uma das primeiras coisas que a gente faz é o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica a técnica de enfermagem Edilene Batista.
Como não têm residência, as pessoas atendidas pelo Consultório na Rua são orientadas a buscarem medicamentos e consultas na unidade de saúde mais próximo do local de atendimento.
Em uma região perto de Samambaia, Antônio da Silva, de 49 anos, — que já usufruiu do auxílio-aluguel do governo local — vive com a esposa, cinco filhos e quatro netos. Com certa frequência, a família recebe a equipe.
Na última visita, nessa quinta-feira (14), a esposa Marlene da Silva se queixou de dores no joelho e fraqueza. No atendimento, a equipe aferiu a pressão e receitou remédios de retirada gratuita na rede pública.
Alunos da Escola Superior de Ciências da Saúde participam de algumas rondas
Desta vez, alunos do primeiro ano de medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde se uniram ao grupo. Eles cursam um módulo eletivo que mostra aos estudantes diferentes políticas públicas da área.
Para a professora da disciplina, a médica sanitarista Maristela Alves, o acompanhamento das ações é uma maneira de criar interesse nos futuros médicos. “Não adianta ter só habilidades [médicas], é preciso ter atitude”, opinou.
Na mesma ronda, nessa quinta (14), a equipe reencontrou, em uma região comercial de Taguatinga, Jorge Vasconcelos. Em 13 de novembro, ele havia sido encaminhado à unidade de saúde, mas não apareceu, segundo ele, porque esqueceu.
Em conversa com a equipe, Jorge deu informações contraditórias, o que poderia indicar confusão mental. Mas não demonstrou interesse em deixar a situação de rua.
Quando o paciente afirma que quer deixar a rua, a equipe aciona outras áreas do governo para buscar abrigo. “Cada paciente é uma dificuldade e tem as suas demandas. É um trabalho constante para saber qual é a maneira de ajudar”, avalia Maldonado.
Nem todos se identificam, mas a equipe de Taguatinga já cadastrou 1.148 pessoas. Infecções sexualmente transmissíveis e dependência de álcool e drogas são os principais problemas detectados.
Em menor ocorrência, há doenças como tuberculose e hanseníase, em que há maior dificuldade de tratamento para esse público, porque é longo e continuado.
Locais com equipes do Consultório na Rua no DF:
Ceilândia
Unidade Básica de Saúde nº 5
QNM 16, Lote F, AE, Ceilândia Norte
Plano Piloto
Centro Pop Brasília
SGAS 903, Conjunto C
Taguatinga
Unidade Básica de Saúde nº 5
Setor D Sul, Área Especial nº 23, Taguatinga Sul