segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

DITADURA EXPULSA EMBAIXADOR BRASILEIRO QUE JÁ ESTAVA DE VOLTA AO BRASIL



A Venezuela expulsou neste sábado (23)  o embaixador do Brasil em Caracas, Ruy Pereira, que na verdade já se encontrava de volta ao País para a celebração das festas de fim de ano com seus familiares. Houve uma declaração de “persona non grata” contra o diplomata pela presidente a Assembleia Nacional Constituinte venezuelana, de inspiração fascista, criada pela ditadura de Nicolas Maduro para destituir Assembléia Nacional de maioria oposicionosta, eleita pelo povo daquele pais. A ditadura iniciará o processo de expulsão contra o brasileiro e o encarregado de negócios do Canadá, Craib Kowalik.
 O Brasil pretende reagir adotando “medidas de reciprocidade correspondentes”, segundo informa nota do Itamaraty. Como a Venezuela está sem embaixador em Brasília, a tendência é que o diplomata venezuelano mais graduado seja convidado a se retirar do País. 
Até agora, nenhuma comunicação oficial de Caracas chegou ao governo brasileiro. 
Pereira havia retomado as funções em Caracas em maio, por decisão do ministro das Relações Exteriores brasileiro, Aloysio Nunes, que considera importante ter na Venezuela um diplomata graduado e com condições de dialogar tanto com o governo quanto com a oposição. Foi um gesto de reaproximação, pois o Brasil estava sem embaixador na Venezuela desde agosto de 2016 - em razão de uma crise diplomática causada por críticas do governo Maduro sobre o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Na quinta-feira, durante reunião de cúpula do Mercosul, o presidente Michel Temer comentou a suspensão da Venezuela do bloco com base na cláusula democrática, em agosto. Foi o primeiro ato do Brasil na presidência temporária do bloco. “Era uma medida que se impunha”, afirmou o presidente. 
“Queremos que nação venezuelana, de volta à democracia, possa também voltar ao Mercosul, onde será recebida naturalmente de braços abertos”, disse Temer. No mesmo dia, o Itamaraty divulgou nota depois que a Venezuela decidiu dissolver os governos municipais da Grande Caracas e de Alto Apure. No comunicado, o governo brasileiro qualificou o ato como um exemplo do “continuado assédio” contra a oposição venezuelana.