domingo, 18 de setembro de 2016

A receita de FHC

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Débora Bergamasco
No momento em que o mundo, em especial o Brasil, é chacoalhado por turbulências políticas, econômicas, sociais e culturais, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso se impõe como um das raras vozes capazes de fazer uma leitura do cenário atual desprovida de paixão. E, aos 85 anos, ele não parece disposto a pendurar as chuteiras. É quando o sociólogo se encontra com o político. Não à toa, antes mesmo de o impeachment ser aprovado no Senado, o então vice Michel Temer procurou o ex-presidente tucano. Quis aconselhar-se com ele, saber o que pensava sobre o processo de deposição de Dilma e, obviamente, pedir-lhe apoio. Conversaram longamente. Temer e FHC se conheceram em São Paulo na década 80. Não é possível dizer que são íntimos ou companheiros de mesa e copo, mas, segundo colegas de ambos, nutrem admiração e respeito um pelo outro. Depois da posse, Temer e Fernando Henrique ainda não se encontraram pessoalmente. Mas o presidente planeja estar em breve com o tucano para uma prosa sobre esse período de transição pelo qual passa o País. A depender do que revelou em entrevista exclusiva à ISTOÉ, o peemedebista terá à disposição uma extensa lista de contribuições e aconselhamentos. Dez anos mais velho e do alto de seus dois mandatos à frente da Presidência do Brasil, quando precisou, assim como Temer, pavimentar uma travessia política e econômica, Fernando Henrique apóia e torce pelo novo governo, mas emite uma série de alertas.