quarta-feira, 21 de agosto de 2024

PF deflagra operação contra governador do Tocantins em suposto esquema de desvios de cestas básicas

 


A manhã desta quarta-feira, 21 de agosto de 2024, foi marcada por uma operação de grande envergadura da Polícia Federal (PF) no estado de Tocantins, denominada Operação Fames-19. A ação, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e conduzida sob sigilo, tem como foco central o Governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), e sua família, incluindo a primeira-dama Karynne Sotero e seus filhos Léo Barbosa (Republicanos), deputado estadual, e Rérison Castro, superintendente do Sebrae no estado.

A operação cumpre 42 mandados de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares patrimoniais, em uma investigação que apura desvios de recursos públicos relacionados à distribuição de cestas básicas durante a pandemia de COVID-19. Os fatos investigados remetem ao período entre 2020 e 2021, quando Wanderlei Barbosa exercia o cargo de vice-governador.

Durante a pandemia, a distribuição de cestas básicas tornou-se uma medida essencial para mitigar a insegurança alimentar, acentuada pelo colapso econômico. Entretanto, segundo a PF, fortes indícios apontam para um esquema de fraude nas contratações públicas, em que grupos empresariais teriam sido previamente selecionados para fornecer esses itens essenciais. De acordo com as investigações, as empresas teriam recebido o valor total contratado, porém, entregue apenas uma fração do total acordado, desviando assim parte dos recursos públicos destinados às famílias carentes.

A PF não divulgou, até o momento, detalhes específicos sobre a participação de Karynne Sotero, Léo Barbosa ou Rérison Castro no suposto esquema. Contudo, o fato de estarem entre os alvos da operação levanta questionamentos sobre o envolvimento do núcleo familiar do governador em práticas ilícitas durante o período crítico da pandemia.

Karynne Sotero, atual secretária extraordinária de Participações Sociais, e seus filhos, afirmaram não terem envolvimento nas irregularidades investigadas. Em nota, a primeira-dama destacou que não fazia parte do governo à época dos fatos e que está tranquila quanto ao desenrolar das investigações. Léo Barbosa e Rérison Castro não se pronunciaram até o fechamento desta reportagem.