A três meses para o fim da temporada, resta ao Palmeiras apenas uma competição para disputar, o Brasileirão. Eliminado pelo Flamengo da Copa do Brasil há duas semanas, o time de Abel Ferreira caiu também na Libertadores, a sua obsessão. Empatou com o Botafogo nesta quarta-feira por 2 a 2 em casa, no Allianz Parque, e, como havia perdido o duelo de ida, no Rio, teve decretada sua queda precoce na competição continental. Ao menos caiu de pé, aplaudido por 40 mil porque conseguiu reagir no fim depois de levar dois gols em um dos jogos mais dramáticos, tensos e emocionantes do ano.
O Palmeiras tem história, glórias e tradição na Libertadores. É o clube brasileiro com os números mais importantes no torneio que venceu em 1999, 2020 e 2021, e pode se orgulhar disso. Mas, hoje, o Botafogo joga mais bola. Enquanto o time de Abel Ferreira compete, é valente e luta bastante, o de Artur Jorge mostra entrosamento, técnica e repertório. Foi por isso que dominou e venceu o primeiro duelo e conseguiu segurar o empate, carimbando a classificação.Há a possibilidade de o Botafogo ter mais um oponente brasileiro pelo caminho. Pode ser o São Paulo o rival nas quartas. O time paulista empatou sem gols com o Nacional no Uruguai e precisa de uma vitória simples nesta quinta-feira para avançar.
Mais uma eliminação, desta vez com empate em casa e inferioridade em parte do jogo, poderia provocar crise no Palmeiras, que nunca havia ficado pelo caminho tão cedo na Libertadores sob o comando de Abel Ferreira. Mas a forma como o jogo terminou, com dois gols no fim e a uma reviravolta que poderia ser memorável, não fosse a mão de Gómez impedir esse desfecho.
O time alviverde tem de focar somente no Brasileirão, no qual ocupa a terceira posição, com 41 pontos, a cinco do líder do Botafogo. Embora as chances de título nacional existam, há um cenário de questionamentos ao trabalho do treinador português, como nunca houve antes.
O português já vinha sendo questionado e certamente as críticas serão ampliadas na temporada em que mais ganhou reforços, mas em que o time menos faz. Joga um futebol pragmático, extremamente dependente de sua joia, o atacante Estêvão, de 17 anos, e mais cruza bolas pra área do que pensa jogadas e cria triangulações ofensivas.