Um dos diretores da autoridade eleitoral da Venezuela denunciou, nesta segunda-feira (26), “irregularidades” nas eleições de 28 de julho, nas quais o presidente Nicolás Maduro foi proclamado reeleito para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, em meio a alegações de fraude pela oposição.
Juan Carlos Delpino foi um dos cinco reitores do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), representou a oposição e está escondido.
Ele falou em um comunicado divulgado através de suas redes sociais e diz que não estava presente quando os resultados foram contabilizados porque as testemunhas da oposição foram retiradas durante o encerramento das mesas receptoras com a justificativa de uma interrupção da transmissão dos resultados “devido a um suposto hacking”.
O “ciberataque terrorista” foi a explicação do governo para não divulgar os detalhes da votação em cada seção. Maduro foi proclamado eleito pelo CNE com 52% dos votos. A oposição liderada por María Corina Machado afirma que tem provas de que houve fraude e da vitória do seu candidato, Edmundo González Urrutia.
Após a publicação dos resultados pelo CNE, protestos eclodiram com 27 mortos, além de 200 feridos e cerca de 2.400 detidos, chamados por Maduro de “terroristas”.
“Tudo o que aconteceu antes, durante e depois das eleições presidenciais indica a gravidade da falta de transparência e veracidade dos resultados anunciados. Lamento profundamente que o resultado e seu reconhecimento não sirvam a todos os venezuelanos, que não resolva as nossas diferenças, não promova a unidade nacional e que em seu lugar haja dúvidas entre a maioria dos venezuelanos e a comunidade internacional sobre os resultados”, escreveu.
g1