quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Flamengo empata com Athletico Paranaense, desce de patamar e precisa questionar identidade na reta final da temporada
















A frase de Bruno Henrique em 2019 viralizou porque, em duas palavras, simbolizou perfeitamente o que era aquele Flamengo. Um clube com faturamento, investimento e estrutura de alto nível, que traduziu tudo isso em campo com um elenco de primeira linha e um futebol que parecia alienígena ao que se acostumou ver no Brasil.

Mais do que os títulos, o Flamengo de 2019 mostrou que era possível ser vencedor jogando bem, sendo dominante. Quebrou paradigmas e abandonou vícios do futebol brasileiro.

Dois anos depois, o Flamengo segue fortíssimo, está na final da Libertadores e ainda tem uma pequena chance no Campeonato Brasileiro. Mas não é mais possível dizer que seu time joga um futebol de outro patamar. Pior: está nivelado por baixo e usa dos mesmos artifícios dos adversários.

O empate com o Athletico não é um caso isolado, mas confirma uma imagem que vinha se apresentando há alguns jogos, de um time pragmático e que muitas vezes abdica do protagonismo. Com frequência as vitórias faziam com que este retrato fosse momentaneamente ignorado. Afinal, o resultado ainda prevalece perante o rendimento.

Olhando assim, um empate com o Athletico na Arena da Baixada está longe de ser um desastre. Mas, ao se analisar o desempenho e a postura do time, além das escolhas de Renato, há espaço para questionamento.

O Flamengo terminou o jogo contra o Athletico com três zagueiros, três volantes, um atacante e um lateral improvisado na ponta - uma manobra tática costumeira para dar força na marcação. Não adiantou nada: o gol do empate do Furacão veio nos acréscimos. Cruel, mas justo - apesar da interferência decisiva do VAR ao anular a expulsão de Kayzer.

Até o gol de Bissoli, o torcedor do Flamengo assistiu a um time completamente acuado no segundo tempo. Uma equipe com dificuldade para passar do meio-campo e que sequer marcava bem. Um sufoco parecido com os tempos de vacas magras no Ninho do Urubu.