
Quase uma semana depois do início do motim da Polícia Militar no Espírito Santo, em 4 de fevereiro, o presidente Michel Temer rompeu o silêncio e divulgou nesta sexta-feira, 10, uma nota para afirmar que condena a paralisação, dizer que está acompanhando o desenrolar da situação e pedir para que os policiais voltem ao trabalho.
"O presidente Michel Temer acompanha, desde os primeiros momentos, todos os fatos relacionados à segurança pública no Espírito Santo. Condena a paralisação ilegal da polícia militar que atemoriza o povo capixaba", diz a nota, assinada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, que agora está a cargo da Secretaria-geral da Presidência, subordinada a Moreira Franco, que está com sua nomeação suspensa na Justiça.
Apesar de o documento não informar, a reportagem apurou que os ministros da Defesa, Raul Jungmann, e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Sergio Etchegoyen, vão neste sábado, 11, ao Espírito Santo a pedido do presidente para acompanhar a situação. Temer já foi criticado em outras ocasiões - como na crise penitenciária - por demorar para se manifestar sobre o episódio.
Além da demora na manifestação do presidente, fontes reconhecem que o desgaste é ampliado pelo fato de o Ministério da Justiça, que recentemente ganhou o status de cuidar da Segurança Pública, estar sob o comando interino de José Levi, por conta da licença de Alexandre de Moraes, que foi indicado pelo presidente para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).