sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

HOJE NO BRASIL PRENDE-SE PRIMEIRO PARA DEPOIS APURAR, CRITICA MARCO AURÉLIO



Um dia após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), clamar a Suprema Corte a se posicionar sobre o que chamou de "alongadas prisões que se determinam em Curitiba", o ministro Marco Aurélio, do STF, criticou o uso indiscriminado de prisões preventivas.

"Hoje a (prisão) provisória deixou de ser exceção, e passou a ser regra. A ordem do processo-crime é apurar para, selada a culpa, prender, e execução da pena. Hoje se prende para dar uma satisfação vã à sociedade, se prende para depois apurar", disse o ministro Marco Aurélio Mello, a repórteres, no intervalo da sessão plenária do STF, ao ser questionado sobre a declaração do ministro Gilmar Mendes contrária às prisões preventivas na Lava jato.

O ministro Marco Aurélio referiu-se não apenas à Lava Jato, mas ao Judiciário nacional. Crítico às prisões preventivas de maneira geral, o ministro afirmou também que "quanto mais grave a imputação, maior cuidado você tem que ter com as franquias e as garantias constitucionais". 

O comentário foi feito no intervalo da sessão plenária do STF em que estava previsto o julgamento de um recurso do deputado cassado Eduardo Cunha, que está preso preventivamente no Paraná desde outubro por determinação do juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Cunha quer a anulação da prisão, alegando que Moro desrespeitou decisão do ministro Teori Zavascki, que havia arquivado um pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República contra Cunha logo após a cassação do peemedebista.