terça-feira, 11 de agosto de 2015

O que a Klabin aprendeu com os impactos de uma megaindústria



Iniciativas adotadas durante a construção da fábrica em Ortigueira resultam em menos efeitos negativos em comparação com a obra realizada em Telêmaco Borba

O jeito de lidar com o impacto causado por um empreendimento bilionário mudou muito no lapso de tempo que separa os dois megaprojetos industriais da Klabin no Paraná: entre 2006 e 2008 ocorreu a expansão da fábrica de papel em Telêmaco Borba, e em 2012 começou a obra de uma nova planta fabril de celulose em Ortigueira, distantes 15 quilômetros uma da outra. Enquanto na década passada eram visíveis os efeitos no aumento da criminalidade e na especulação imobiliária desenfreada, algumas medidas tomadas recentemente foram capazes de minimizar os aspectos negativos no entorno do Projeto Puma – que ganhou esse nome por causa dos filhotes do felino encontrados em áreas de reflorestamento da Klabin em 2004 e 2005, mas também poderia fazer referência à velocidade em que a obra, com 12,5 mil funcionários, se desenvolve.

Uma das primeiras ações em Ortigueira foi priorizar o emprego para paranaenses, tentando evitar a vinda de muitas pessoas de partes distantes do Brasil. Sem vínculos locais, muitos trabalhadores da obra anterior acabaram se envolvendo em brigas ou outros tipos de violência. Na época da expansão da fábrica, Telêmaco Borba chegou a ser anunciada como a cidade com mais emprego disponível no Brasil, atraindo desempregados do país todo. Já Ortigueira praticamente só recebe funcionários com vaga garantida. No período de terraplanagem, 85% dos empregados eram paranaenses. Agora que a obra atingiu 75% de execução, 53% dos trabalhadores são do estado – sendo metade deles das três cidades de abrangência da fábrica (Imbaú, Ortigueira e Telêmaco Borba).