quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Mais da metade dos bares e restaurantes brasileiros possui dívidas; 80% tiveram de pedir empréstimos para continuar a funcionar













 Mais da metade (56%) dos bares e restaurantes do país fechou o mês de outubro com dívidas a pagar. Diante desse cenário, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) teme que a nova taxa Selic de 7,75% ao ano, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), aprofunde a inadimplência das empresas.

Dados levantados pela entidade para avaliar a situação do setor revelam que 80% dos bares e restaurantes tiveram de pedir empréstimos para continuar a funcionar, com prazos entre dois e cinco anos para quitar as dívidas. Segundo o estudo, 60% não conseguiram reajustar o cardápio para sair do prejuízo. Entre as empresas que estão no vermelho, o aumento médio teria de ser de 39% para voltar a lucrar.

A alta na Selic preocupa, já que ela é o indexador do Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), destinado ao desenvolvimento e ao fortalecimento dos pequenos negócios. O aumento elevou para 9% os juros cobrados pelo programa de crédito, contra 3,25% em 2020.

Cerca de 40% das empresas têm crédito fornecido pelo Pronampe e terão de se adequar à nova realidade. Além disso, segundo a Abrasel, a alta torna os financiamentos mais escassos em um momento de descapitalização das empresas.

Outra preocupação é que a próxima taxa Selic será anunciada no início de dezembro, com a expectativa de mais uma alta de 1,5%. Apesar disso, o clima geral ainda é de confiança no futuro. Segundo a pesquisa, 79% dos empresários acreditam que as vendas irão aumentar.

Setor Espera recuperar 600 mil vagas de emprego

Em março deste ano, o setor de bares e restaurantes tinha cerca de um milhão de estabelecimentos. Ao longo de 2021, 325 mil fecharam e 520 mil abriram, sendo 450 mil de empreendedores individuais ou micro-empreendedores.

Segundo a Abrasel, o setor fechou 1,3 milhão de postos de trabalho durante a pandemia. A expectativa é que 600 mil sejam recuperados até o final do ano.

No entanto, o setor enfrenta dificuldades nas contratações, principalmente de cozinheiros. O motivo é que várias pessoas abriram seus pequenos próprios negócios ou migraram para outros, como na construção civil e transporte por aplicativo.

CNN Brasil