O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que combinou com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o início da votação da reforma da Previdência em 18 de dezembro. A ideia é começar a discussão na segunda-feira e concluir a votação na quarta, 20.
A próxima semana será dedicada ao esforço de convencimento dos parlamentares para que o governo atinja pelo menos 320 votos - número considerado "margem de segurança" para aprovar o projeto.
"O quadro evoluiu e é bem mais favorável do que uma semana atrás", afirmou Ribeiro. "A gente está avançando".
O deputado reconheceu que os levantamentos internos mostram que os 308 votos ainda não foram alcançados para aprovar o projeto, mas argumentou que governistas estão construindo caminho de diálogo para chegar a esse número.
Ele evitou revelar quais votos garantidos hoje, mas pessoas próximas ao governo indicam que há pouco mais de 270 votos garantidos.
Segundo ele, a estratégia do governo é manter o discurso de que o sistema previdenciário é desequilibrado e que precisa haver isonomia entre os ricos e pobres.
Questionado sobre os partidos mais problemáticos para a votação como o PSD e o PR, Ribeiro disse que o governo ainda não desistiu de buscar votos nessas siglas e que vai continuar trabalhando para convencer deputados mais resistentes.
Jornalistas também questionaram se a ocupação dos cargos atualmente com o PSDB entrará na negociação com os demais partidos da base aliada. Ribeiro disse que a saída dos tucanos não será determinante nessa fase de negociação. "O trabalho é mais de convencimento", disse.
Maia. Um pouco antes, Maia afirmou que estava disposto a trabalhar nos próximos dez dias no convencimento dos parlamentares para garantir que o governo tenha os 308 votos necessários para aprovação da reforma da previdência. "Por mais difícil que ainda seja, nosso papel é tentar até o último dia", afirmou ao chegar na Câmara dos Deputados na manhã desta quinta-feira.
Maia ressaltou que a base governista tem de criar rapidamente as condições para colocar o tema em votação e que é preciso tentar todas as datas para garantir a aprovação da reforma ainda este ano. O presidente da Câmara reconheceu que ainda não há o ambiente para votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e que é preciso trabalhar para a criação dessas condições ideais para o governo. "Não posso colocar (para votação) sem voto."
Ele disse que, se ainda houvesse pelo menos mais quatro semanas de trabalho legislativo, certamente o texto seria aprovado. Na prática, a Câmara tem apenas mais duas semanas de trabalho neste ano. "Se a gente não passar a análise da verdade (de que não há voto), a gente acaba tendo resultado negativo (não aprovação do texto)", afirmou.
O presidente da Câmara disse também que é preciso falar a verdade para a sociedade e afirmou que, no ano que vem, sem a reforma da previdência, prefeitos virão a Brasília pedir ajuda e não terão recursos. "Vamos discutir o tempo necessário para votar."
Maia finalizou a entrevista dizendo que a reforma da previdência será o tema das eleições de 2018. "Não adianta fugir desse assunto", concluiu.