terça-feira, 17 de janeiro de 2017

ONU PREVÊ ALTA DE 0,6% DO PIB BRASILEIRO EM 2017 E 1,6% EM 2018



A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o Brasil irá se recuperar, de forma moderada, da recessão dos dois últimos anos. O relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2017, divulgado nesta terça-feira, 17, em Nova York, projeta queda de 3,2% do PIB do Brasil em 2016 e alta de 0,6% este ano e de 1,6% em 2018.
As Nações Unidas estimam que o PIB da América do Sul recuou 2,3% em 2016 devido às fortes recessões na Argentina, no Brasil, Equador e na Venezuela. O crescimento no Chile e na Colômbia também desacelerou desde 2015. Entre os poucos países com crescimento na sub-região estão a Bolívia e o Peru, que enfrentaram a desaceleração regional com um vigoroso aumento do consumo privado e governamental.
Assim como o Brasil, segundo projeção da ONU, a América do Sul terá uma leve recuperação econômica nos próximos dois anos. O crescimento estimado é de 0,9% em 2017 e de 2% em 2018. Espera-se que a Argentina e o Brasil, as duas maiores economias da região, saiam do período recessivo. O documento ressalta, no entanto, que a retomada no Brasil pode ser mais demorada, pois o crescente desemprego, o ajuste fiscal em curso e o maior endividamento continuam afetando a demanda doméstica.
A previsão é a mesma para a América Latina e o Caribe. De acordo com o relatório da ONU, a recuperação será moderada devido a dificuldades tanto externas quanto internas dos países. O estudo prevê que o PIB da América Latina e do Caribe deve expandir 1,3% este ano e 2,1% em 2018, depois de uma retração estimada de 1% no ano passado.
A ONU espera que a recuperação da região seja sustentada por uma maior demanda externa, pelo aumento nos preços das commodities (produtos primários com cotação internacional) e por uma política monetária menos restritiva na América do Sul em um contexto de inflação mais baixa.
Ainda segundo o estudo, na América Latina e no Caribe, os principais fatores de risco para a retomada econômica são uma desaceleração da China, importante consumidora de commodities, a possível adoção de medidas protecionistas por parte do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, que toma posse na sexta-feira, 20, e novas turbulências nos mercados financeiros.