
Marcello Richa
Na madrugada desta quarta-feira (10) o Senado aprovou o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB) que recomendava o julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. Por 59 votos contra apenas 21, os senadores enterraram de vez o discurso de golpe adotado pelos aliados da petista e deram início ao desfecho de um processo que começou nas ruas, com as maiores manifestações que o país já testemunhou. O julgamento final deverá acontecer a partir dos dias 25 ou 26.
Durante a sessão os poucos que tentaram defender Dilma repetiram o cansativo e insustentável discurso de golpe, o mesmo usado por Fernando Collor em 1992. Como bem disse a senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), usaram a “estratégia do vencido, tentando apresentar-se como parte prejudicada”, mas sem argumentos para sustentar o que afirmam. Compreensível essa dificuldade, uma vez que dizer que existe um golpe é apenas adotar um discurso publicitário fracassado, que não consegue negar que o processo respeita a Constituição, conta com aval do Supremo Tribunal Federal (STF) e concede o direito da ampla defesa e do contraditório.