domingo, 28 de agosto de 2016

O PT em seus estertores

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Luiz Carlos Hauly
Dilma Rousseff promoveu, confortavelmente instalada ou no Palácio do Planalto ou no da Alvorada, uma maratona de entrevistas para denunciar à imprensa estrangeira ser vítima de um “golpe”. Ela se referia ao processo de impeachment por crime de responsabilidade que resultou no seu afastamento temporário da Presidência da República. O processo seguia e segue estritamente o ordenamento jurídico e o regimento do Congresso.
Um dia depois de ela ser formalizada como ré no Senado por maioria esmagadora de votos, deputados do PT protocolaram na Comissão de Direitos Humanos da ONU um aloprado pedido de “suspensão liminar” do processo de impeachment, alegando tratar-se de um “golpe de estado com a participação do Judiciário e do Congresso”.
Entrementes, o ex-presidente Lula batia às portas da ONU para acusar o juiz federal Sérgio Moro, que preside os processos da Lava Jato, de ser “parcial” e “arbitrário” em relação a ele. Fiel a esse argumento despudoramente mentiroso, o PT editou uma “cartilha” em quatro idiomas para denunciar à imprensa e autoridades estrangeiras que Lula sofre uma “perseguição implacável”, sem paralelo na história brasileira e movida por “agentes partidarizados do Estado, no Ministério Público, na Polícia Federal e no Poder Judiciário”. Esses agentes, segundo a “cartilha”, estão empenhados numa caçada frenética para “encontrar um crime – qualquer um – para acusar Lula e levá-lo aos tribunais”.