
Ricardo Noblat
No país que considera a jabuticaba uma coisa só dele, haverá mais uma da qual se orgulhar: a presidente da República afastada do cargo por um “golpe” que comparece ao ato final do seu suposto julgamento para se defender.
Se ela sair de lá absolvida, dirá que o “golpe” fracassou. Ou que ela derrotou o “golpe”. Se sair sem o mandato e com os direitos políticos suspensos por oito anos, dirá que foi vítima de um “golpe” aplicado pelas forças mais conservadoras do país.
Dilma cedeu à pressão dos seus principais conselheiros e anunciou que irá ao Senado defender sua inocência depois de se decepcionar com a má repercussão da carta que mandou aos senadores negando o crime de ter gasto muito além do que o Congresso autorizara.