sábado, 14 de março de 2015

Presidente da Assembleia diz que nada pode fazer sobre caso de Nelson Justus

traiano
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), afirmou hoje que nada pode fazer em relação ao caso envolvendo o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Nelson Justus (DEM) denunciado à Justiça pelo Ministério Público Estadual sob a acusação de comandar um esquema de desvio de recursos da Casa. Traiano alegou que o processo corre em segredo de Justiça, e que Justus foi eleito para presidir a CCJ pelos membros da comissão. “Não tenho poder para destituí-lo”, afirmou.
O tucano também desconversou sobre a possibilidade de abertura de processo contra o deputado do DEM no Conselho de Ética da Assembleia. “O Conselho já se manifestou no passado. O processo está em segredo de Justiça. Em 2010, a Justiça já se posicionou contra o afastamento do deputado Nelson Justus. Não recebi nada. Uma coisa é notícia, outra se é verdade”, argumentou.
O MP acusa Justus de comandar um esquema de contratação e desvio de salários de funcionários “fantasmas” quando presidiu a Assembleia, entre 2007 e 201. A denúncia é baseada na série de reportagens da Gazeta do Povo sobre o caso dos “Diários Secretos”. Segundo a acusação, o deputado do DEM teria transformado o gabinete da presidência da Assembleia em “máquina político-eleitoreira”, entre os anos de 2007 e 2010. A denúncia envolve ainda 31 funcionários ligados ao gabinete de Justus pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
“Mediante o inchaço da estrutura de cargos comissionados na Presidência da Alep, agindo sempre dolosamente em detrimento do interesse e dos cofres públicos, transformando, como destacado, o corpo funcional da Presidência da Assembleia Legislativa do Paraná numa máquina político-eleitoreira que atuou ao longo de quatro anos”, diz trecho da denúncia.
Segundo a denúncia, quando assumiu a presidência, em 2007, Justus dispunha de 21 servidores no gabinete. Desde então, até abril de 2010, foram nomeados 345 funcionários comissionados no gabinete, que poderia contar com até 18. Segundo o MP, o deputado “inchou criminosamente” a estrutura. Os gastos mensais com funcionários passaram de R$ 83 mil para R$ 1 milhão. A denúncia traz ainda a acusação de que, em dias de pagamento de salário, dezenas de saques e descontos das contas dos comissionados fantasmas eram feitos por uma só pessoa, na boca do caixa da agência bancária que funciona dentro da Alep.