domingo, 22 de março de 2015

Sergio Moro, um juiz otimista

sergio_moro
Sem arrogância na fala ou nos gestos, sem bravatas ou onipotência, sem moralismo salvacionista, Sérgio Moro de perto é normal
De Zuenir Ventura
Por coincidência, a entrega do Prêmio Faz Diferença aconteceu no dia em que o Datafolha publicava o retrato do desencanto geral. A pesquisa traduzia em números a insatisfação demonstrada nas ruas no domingo anterior: nada menos que 62% dos entrevistados consideraram o governo Dilma “ruim ou péssimo”, uma das piores avaliações de um presidente desde a redemocratização (perdeu para Collor por seis pontos, mas ele já estava no fim do mandato).
O mais significativo é que a vertiginosa queda de popularidade foi constatada em todos os níveis sociais, inclusive na classe C, entre os eleitores da presidente, onde o índice de reprovação subiu de 19% para 60%.
Diante disso e do quadro de deterioração moral da política, a noite de quarta-feira ofereceu como contraponto o espetáculo de uma espécie de Brasil que deu certo, tendo como símbolo o juiz Sérgio Moro, aclamado de pé ao receber o troféu Personalidade do Ano, por sua atuação na Operação Lava-Jato.