sábado, 1 de novembro de 2025

IML do Rio já identificou 100 mortos na megaoperação, mas famílias seguem sem acesso aos corpos


 











O Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro confirmou a identificação de 100 dos 121 mortos durante a megaoperação. Todos passaram por necropsia — exame que detalha a causa e as circunstâncias da morte —, mas os laudos só devem ser divulgados em 10 a 15 dias úteis. Até agora, 60 corpos foram liberados para sepultamento.

Deputados federais e estaduais que vistoriaram o IML nesta quinta (30) reclamaram da falta de transparência. “Se já há número de identificados e liberados, por que não é público? A decisão cabe à Secretaria de Polícia Civil”, afirmou o deputado Henrique Vieira. Segundo ele, a divulgação depende de autorização do secretário.

A deputada Talíria Petroni questionou a postura da polícia. “Disseram que a operação faz parte de uma investigação, então não podem identificar os mortos. Mas isso mostra que já há pré-caracterização deles e suspeita de envolvimento em crimes”. A Polícia Civil ainda não se pronunciou sobre o caso.

Parlamentares também pediram que familiares tenham acesso aos corpos antes da entrega às funerárias. Jandira Feghali relatou casos dramáticos, como o de um casal que encontrou o filho decapitado em cima de uma árvore e não pôde reconhecer o corpo. “O argumento é técnico, por DNA ou radiografia, mas a dor das famílias é enorme. É um direito constitucional”.