Um estudo da Universidade de Brasília estima que a proposta de tarifa zero nos ônibus urbanos, defendida pelo deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), teria um custo anual de R$ 80 bilhões para atender cidades com mais de 50 mil habitantes. O documento, que deve ser entregue ao ex-presidente Lula nas próximas semanas, calcula que o programa alcançaria cerca de 160 milhões de pessoas, com metade do valor bancado pela União.
Tatto, ex-secretário de Transportes em São Paulo, afirma que a ideia deve ser incorporada ao programa de governo do PT. Ele também é autor do projeto de lei que cria a tarifa zero em todo o país e diz que essa será uma das prioridades da esquerda na Câmara em 2026, ao lado do fim da escala 6×1. Segundo ele, a adoção poderia ser gradual, começando por cidades piloto, conforme a disponibilidade de recursos.
Hoje, 138 municípios já operam com tarifa zero, com destaque para Caucaia (CE), maior cidade do país a adotar o modelo, e São Caetano do Sul (SP). Para Tatto, o tema pode atrair prefeitos de diferentes espectros políticos, inclusive da direita e do Centrão, devido ao colapso financeiro no setor de transporte. Ele argumenta que reajustes sucessivos de passagem afastam usuários e não solucionam o problema das empresas.
O deputado acredita ainda que a proposta deve avançar no Congresso, apesar do clima de tensão na Câmara. Para ele, trata-se de um tema com amplo apelo social: “Assim como aconteceu com a isenção do IR, ninguém quer se posicionar contra”, afirmou.
Com informações do Estado de Minas
