O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou o rompimento da relação institucional com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ). A crise, antecipada pela imprensa, reflete uma série de atritos recentes envolvendo a condução de projetos e a articulação política no Congresso.
Entre os episódios que aumentaram a tensão está a decisão de Hugo Motta de colocar o deputado Guilherme Derrite à frente das negociações do PL Antifacções — proposta enviada originalmente pelo governo Lula. Aliados do presidente da Câmara afirmam também que ele se irritou com uma campanha contra sua atuação, que teria sido promovida por influenciadores ligados ao PT. Motta atribui a articulação ao próprio Lindbergh, que negou as acusações nas redes sociais e disse que Hugo deve assumir as consequências de suas escolhas.
O afastamento preocupa lideranças da Câmara, que veem risco direto para pautas de interesse do governo, já que o Planalto não dispõe de votos suficientes para aprovar projetos mais sensíveis sem apoio articulado. Uma das questões que pode ser impactada é o debate sobre a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro, tema que voltou ao radar após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro.
A crise interna na Câmara ocorre paralelamente ao desgaste entre o governo e o Senado. Para lidar com a resistência de Davi Alcolumbre à indicação de Jorge Messias ao STF — e com o enfraquecimento da alternativa de Rodrigo Pacheco — aliados do Planalto já cogitam mudanças na liderança governista, incluindo a possível substituição do senador Jaques Wagner (PT).
Com informações da CNN
