O levantamento mostra que o Paraná é hoje o 7º maior exportador brasileiro para os EUA, com US$ 735 milhões em vendas no primeiro semestre de 2025. Quase 40% desse volume está concentrado no setor de madeira, especialmente nos municípios da região dos Campos Gerais, como Telêmaco Borba, Jaguariaíva, Ventania e Guarapuava. “Não se trata de uma crise generalizada, mas de um colapso localizado e setorial, com potencial de colocar em risco mais de 600 mil empregos. A região dos Campos Gerais está no epicentro e precisa de atenção urgente”, afirma Flávio Furlan, presidente da Faciap.
Flávio Furlan destaca ainda que o reflexo do desemprego causado pela perda de exportações vai muito além da indústria afetada: derruba o consumo, fragiliza o comércio local, aumenta a inadimplência e compromete a economia regional como um todo. Por isso, o impacto da sobretaxa dos EUA sobre o Paraná não é apenas industrial, é social e comunitário.
Madeira fora das isenções
Apesar das isenções tarifárias em 700 produtos anunciadas pelo governo americano, a produção madeireira paranaense não foi contemplada. Itens como compensado de pinus, molduras e madeira serrada, principais produtos da região, seguem taxados. As exceções incluem apenas madeira tropical e polpa de madeira, categorias diferentes das produzidas no Paraná. Isso impõe um desafio imediato às indústrias locais, aponta o relatório.