Os responsáveis pela creche clandestina onde um bebê de três meses morreu nesta segunda-feira (19), no bairro Tatuquara, em Curitiba, foram presos em flagrante por homicídio doloso com dolo eventual – quando não tem a intenção direta de matar, mas assume o risco. A informação foi divulgada pelo delegado Fabiano Oliveira, do 13º Distrito Policial da Capital, que investiga o caso.
De acordo com o delegado, o casal cuidava de cerca de 20 crianças em uma residência sem qualquer tipo de autorização para funcionar como creche. O bebê, um menino, frequentava o local havia apenas uma semana.
“Estivemos no local e, de fato, constatamos que a creche não tem autorização para funcionamento. Se trata, portanto, de uma unidade clandestina. Diante disso, prendemos os dois responsáveis porque entendemos que quando eles entram em um serviço como esse, passam a ter responsabilidade por tudo que acontece com essas crianças” afirmou Fabiano Oliveira.
A suspeita inicial é de que a criança tenha sofrido uma broncoaspiração – possivelmente causada por engasgo com leite – o que teria provocado a obstrução das vias aéreas. A causa exata da morte será confirmada pelo Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba.
Equipes do Corpo de Bombeiros tentaram reanimar a criança por volta das 11h, mas, infelizmente, já não havia sinais vitais. Os próprios proprietários relataram que tentaram realizar manobras de desobstrução das vias aéreas do bebê antes da chegada do socorro.
Durante a ação policial, o local foi isolado e o Conselho Tutelar acionado para recolher as demais crianças e entregá-las às famílias. Dois idosos que viviam em uma casa anexa também foram realocados com apoio da assistência social e da saúde. “É uma casa comum, com sala e alguns quartos. Havia cerca de 20 crianças sendo cuidadas por esse casal, além dos dois filhos deles. Portanto, não se trata de pessoas sem qualquer experiência com crianças. A maioria das crianças era um pouco mais velha, não havia outros bebês no local, o único bebê ali era justamente esse que, infelizmente, veio a óbito” explicou o delegado.
Conforme o delegado, ainda não foi possível apurar há quanto tempo o espaço funcionava de forma irregular, mas algumas crianças estariam sob os cuidados do casal há mais tempo.
A investigação da Polícia Civil continua para apurar todas as responsabilidades.