domingo, 14 de novembro de 2021

“GATOS”: Energia elétrica furtada no país em 2020 equivale ao consumo anual do estado do Paraná

 


A quantidade de energia elétrica furtada no Brasil em 2020 por meio de ligações clandestinas seria suficiente para abastecer por um ano o estado do Paraná, o quinto mais populoso do país, com 11,5 milhões de habitantes. As distribuidoras estimam uma perda de receita de R$ 3,3 bilhões anuais com esse tipo de fraude, de acordo com dados da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica).

O furto de energia elétrica, prática conhecida como “gato”, é um crime previsto no artigo 155 do Código Penal (furto qualificado, com pena de prisão de um a quatro anos e multa). Além do crime, especialistas alertam para o risco de curtos-circuitos, incêndios, eletrocussão e morte causados por incidentes relacionados aos “gatos”.

Entidades do setor e especialistas apontam que a prática ocorre em todas as camadas da sociedade – em locais de vulnerabilidade social, em endereços de luxo, no comércio e na indústria. Para combater esse tipo de crime, as empresas apertam a fiscalização e promovem a regularização de pontos de consumo clandestinos.

No Distrito Federal, por exemplo, a Neoenergia, distribuidora local, fez 33 mil ações de fiscalização neste ano e regularizou 21 mil pontos de consumo. De acordo com o gerente de Gestão de Receita da Neoenergia, Luiz Paulo Marinho, a companhia recuperou, de março a setembro deste ano, R$ 97 milhões em energia furtada – o equivalente a 150 GWh ou oito dias de consumo da capital federal, que tem pouco mais de 3 milhões de habitantes.

Na cidade do Rio de Janeiro, mais da metade da eletricidade distribuída para o mercado de baixa tensão, que inclui residências e comércio, é furtada. Dados da Light, distribuidora que opera no estado, apontam que, de julho a setembro, 53,8% da energia distribuída nesse segmento foi furtada. Por meio de nota, a empresa disse que fez, no período, 29.245 regularizações.

R7