domingo, 18 de outubro de 2015

Itaipu, a caixa preta que faz barulho

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Desde a madrugada, por volta das sete horas, um motor ruge com barulho de serra elétrica misturado com som de britadeira na calçada diante da Itaipu Binacional, na Comendador Araujo. É sábado, não há expediente, e a direção de Itaipu acredita que por não incomodar sua gente, pode incomodar a vizinhança, que inclui hóspedes do Hotel Pestana, pacientes de hospitais da área, mortais como eu e todos os meus vizinhos, inviabilizando bares, restaurantes, cafés e tudo o mais que queira paz e silêncio na área. Criada pelo regime militar, a Itaipu Binacional é empresa que não presta contas a ninguém por ser um ente binacional. É a caixa preta indevassável que debocha do TCU, do Congresso, dos governantes, da polícia. Se põe acima de todos os poderes. Mas Itaipu, um belo cabide de empregos que até há pouco dava boa sinecura ao Vaccari, ainda está submetida às leis e regras de posturas da cidade. Deve obedecer, ao menos, as convenções mínimas da boa convivência urbana. Na época dos milicos os diretores de Itaipu faziam o que queriam. Acreditar que podem continuar na mesma é intolerável.