Valdemar Costa Neto, presidente do PL, afirmou que a condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo STF (Supremo Tribunal Federal) foi exagerada e ocorreu porque há apoio do governo Lula (PT) à corte, mas disse que a decisão deve ser respeitada.
“O Supremo decidiu, nós temos que respeitar”, disse o cacique do PL durante debate no Rocas Festival, em Itu (102 km de São Paulo). Ele também reconheceu que houve um planejamento para um suposto golpe de Estado, mas que a preparação não se consumou.
O evento de luxo do cenário hípico foi marcado por discussões políticas entre pré-candidatos de direita. Estavam presentes Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e Ratinho Jr. (PSD), cotados como presidenciáveis para o ano que vem. Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e Secretário de Governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), também participou do debate.
“O Supremo só está fazendo isso porque tem o apoio do governo, o Lula está do lado deles”, afirmou Valdemar ao deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos), que mediou a conversa entre ele e Kassab.
A Primeira Turma do STF condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, organização armada, abolição do Estado democrático de Direito, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado.
Para o presidente do PL, o STF “tem exagerado em todas as questões”. Quando perguntado sobre as eleições presidenciais de 2026, se mostrou confiante na união entre partidos de direita e na formação da maioria no Congresso.
“Temos que ter um governo de direita com o Congresso na palma da mão”, disse o presidente do PL. “O Bolsonaro não tinha o Congresso do lado dele, quando ele precisava de algo tinha que por emenda para aprovar”.
Afirmou também que conseguir o controle da Câmara e do Senado é o único jeito de pautar e aprovar a anistia.
“O nosso grande problema é que teve aquela bagunça no 8 de janeiro e o Supremo disse que foi golpe, um absurdo”, diz Valdemar, que afirmou que “houve planejamento de golpe, mas não o golpe”.
Ao lado de Valdemar, Kassab reiterou sua posição sobre a anistia. “A minha questão está resolvida. Eu sou à favor”, disse. Ele já tinha se posicionado em relação ao tema, mas ainda enfrenta resistência de bolsonaristas mais engajados.
Nesta sexta-feira (12), o presidente nacional do PSD reuniu a bancada federal de seu partido para discutir os temas de interesse da sigla. A proposta de anistia aos condenados pela trama golpista não entrou na pauta.
Como partido, o PSD defende que a proposta seja votada, mas deixa a bancada livre para decidir. A legenda tem 45 deputados federais e três ministros no governo Lula: o titular da Agricultura, Carlos Fávaro, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Pesca, André de Paula.
Folha de S.Paulo
