Dados da pesquisa “A Cara da Democracia”, feita pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT), evidenciam semelhanças entre eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas pautas conservadoras, com aproximação especialmente na agenda de segurança pública.
Já a punição a militares que participaram dos atos do 8 de Janeiro é o tema que mais afasta os dois eleitorados. A similaridade de posições na maioria dos temas, por outro lado, é um indício de que a polarização política não condiciona a visão dos brasileiros em questões de costumes.
O pesquisador João Féres, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Uerj, compilou os dados para o GLOBO a partir das respostas dos entrevistados sobre 14 temas que constam na pesquisa. As respostas seguiram o formato “contra” ou “favor”.
Os números evidenciam, de acordo com Féres, que lulistas e bolsonaristas tendem a se aproximar na dose de conservadorismo. As pautas em que eleitores de Bolsonaro são mais conservadores também são as que eleitores de Lula mais seguem esta tendência.
Quatro perguntas mediram a adesão a visões punitivistas ou armamentistas em temas ligados à segurança e à ordem pública. Duas delas tiveram a maior aproximação entre lulistas e bolsonaristas no levantamento. Questionados sobre a proibição da “saidinha” de presos, 56% dos eleitores de Bolsonaro e 50% dos que votaram em Lula concordaram com esta restrição.
Pulso – O Globo